Trump indica que Ucrânia poderá abdicar da Crimeia e defende pressão máxima sobre Putin, enquanto as negociações e operações militares seguem com força.
Em declarações surpreendentes, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que a Ucrânia poderá vir a aceitar abrir mão da Crimeia – território ocupado pela Rússia desde 2014 –, numa semana que poderá definir os rumos das negociações de paz.
Durante uma visita a Nova Jérsia, Trump afirmou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, poderá mudar de opinião quanto à península, argumentando: “A Crimeia foi há 12 anos”. Segundo o líder norte-americano, este gesto poderia ajudar a concluir a tão aguardada resolução do conflito com a Rússia.
Horas antes, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, num programa da NBC, destacou que apesar dos progressos recentes, “a paz ainda não foi alcançada” e que os desafios persistem, enfatizando a complexidade de se pôr termo a um conflito que, se fosse fácil de resolver, já teria acabado há tempos.
Em reuniões marcadas por encontros de alto nível, tanto Trump como Zelensky estiveram presentes no funeral do Papa Francisco na Praça de S. Pedro, tendo mantido um encontro privado na basílica, que a Casa Branca definiu como “muito produtivo”. O presidente ucraniano reconheceu o valor das iniciativas de Trump, mostrando otimismo quanto à obtenção de um cimeiro que pudiera resultar num cessar-fogo imediato e numa paz duradoura.
Após estes acontecimentos, Trump voltou a sua atenção para a situação na Ucrânia, usando a sua rede social Truth Social para criticar diretamente o líder russo, Vladimir Putin. O ex-presidente acusou-o de não fazer esforços reais para pôr fim à guerra, sugerindo a imposição de penas através de sanções bancárias e secundárias, num pedido de urgência para evitar a mortandade nas zonas de conflito.
No campo militar, o ambiente permanece tenso: o Chefe do Estado-Maior do Exército russo, Valery Gerasimov, afirmou que as forças de Moscovo teriam retomar o controlo total da região de Kursk, enquanto autoridades ucranianas desmentiram tais alegações e reforçaram que as operações, tanto defensivas como ativas, continuam nas áreas de Kursk e Belgorod.