Política

Debate na Assembleia sobre a Natureza Pública do Crime de Violação

Hoje, os deputados analisam se a violação deve ser classificada como crime público, um tema que já foi abordado no parlamento há menos de um ano.

há 14 horas
Debate na Assembleia sobre a Natureza Pública do Crime de Violação

Na sessão de hoje na Assembleia da República, os deputados debatem a proposta para que a violação seja considerada um crime público, permitindo que qualquer cidadão possa apresentar queixas, não se restringindo apenas à vítima. Este tema foi anteriormente discutido no parlamento há cerca de um ano.

O Bloco de Esquerda (BE) agendou o debate e apresentou um projeto de lei que consagra a violação, a coação sexual e o abuso sexual de pessoas incapazes de resistência como crimes públicos, o que implicará alterações nos códigos Penal e de Processo Penal, assim como no estatuto da vítima.

Por sua vez, o PAN, que também trouxe um projeto semelhante, sugere modificar os prazos de prescrição para crimes relacionados com a liberdade e autodeterminação sexual de menores. A proposta inclui que, em casos de mutilação genital feminina envolvendo vítimas menores, não deve haver prescrição antes de completarem 30 anos de idade. Ademais, o PAN defende a extensão do prazo de queixa para 15 anos, considerando que muitos ofendidos não estão preparados emocionalmente para agir dentro do atual prazo de 12 meses.

A proposta do Chega promove que a violação seja tratada como um crime de natureza pública, visando evitar a revitimização e assegurar que a vítima tenha a opção de solicitar a suspensão provisória do processo, semelhante ao que acontece em casos de violência doméstica. Também busca garantir que as vítimas possam escolher o género do profissional que realizará os exames periciais.

No que toca ao Livre, as suas sugestões visam fomentar uma abordagem de responsabilização coletiva no combate a crimes contra a liberdade e autodeterminação sexuais, facilitando declarações e garantindo a proteção da intimidade das vítimas, evitando sua revitimização.

Além da proposta de crime público, o projeto do Livre esclarece que as vítimas podem requerer a gravação das suas declarações para memória futura e amplia a possibilidade de pedir o arquivamento do inquérito ou a suspensão do processo em crimes de coação sexual, violação e abuso de pessoas incapazes de resistência.

Em outubro de 2024, uma proposta anterior do Chega foi rejeitada, que pretendia a inclusão do crime de violação no âmbito dos crimes públicos, com a oposição das bancadas do PSD, PS e CDS-PP, enquanto PCP e Livre optaram pela abstenção.

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