Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês lança vídeo contundente que rejeita a pressão dos EUA na guerra comercial, alertando para os perigos das concessões que só agravam as tensões.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China publicou um vídeo impactante intitulado "Não nos ajoelhamos", no qual afirma categoricamente a impossibilidade de ceder à pressão dos Estados Unidos, que, segundo Pequim, pretende impor a sua hegemonia através de tarifas e outras medidas comerciais.
Com recurso a uma narração incisiva e um fundo musical que intensifica a mensagem, o vídeo compara a atual dinâmica a "um olho de furacão", onde a aparentada calma prenuncia uma turbulência inevitável. De acordo com a diplomacia chinesa, ceder, em vez de resolver, apenas agrava os conflitos e prepara o terreno para novos abusos de poder.
Nesta mesma linha, o governo de Pequim critica duramente a atuação dos EUA ao desencadear o que eles chamam de "tempestade tarifária" global, salientando a contradição de Washington, que concedeu uma suspensão tarifária de 90 dias a outros países, mas exige condições demasiado elevadas da China. Para os representantes chineses, o histórico revela que as concessões dificilmente atenuam as disputas comerciais, sendo comparáveis a "beber veneno quando se tem sede".
O ministro Wang Yi reforçou esta postura firmemente durante a sua presença no Rio de Janeiro, sublinhando que o silêncio e a submissão somente encorajam o agressor. Num encontro com os colegas dos países do BRICS, alertou para o facto de os Estados Unidos, tradicionalmente beneficiários do comércio livre, se estarem a utilizar as tarifas como moeda de troca para impor preços exorbitantes.
Num contexto onde, desde o início deste mês, as tarifas mútuas entre China e EUA ultrapassam os 100%, Pequim reitera que uma postura assertiva pode dar voz também aos países menores, evitar o abuso do poder e salvaguardar os princípios do comércio internacional. Ainda que Washington afirme que se encontram em negociações para um acordo comercial, a China insiste que tais conversas nunca se concretizaram.