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Autoridades denunciantes apontam conluio no esquema de raptos

há 4 horas

Procurador-Geral de Moçambique expõe a facilitação de raptos por elementos da polícia e do sistema judicial, sublinhando a complexidade das redes criminosas.

Autoridades denunciantes apontam conluio no esquema de raptos

Moçambique enfrenta desafios crescentes na luta contra os raptos, relato feito pelo Procurador-Geral da República, Américo Letela, que denunciou o envolvimento de alguns agentes da Polícia da República e de magistrados, os quais, por meio de esquemas corruptos, facilitam e até executam estas ações criminosas.

Durante a apresentação da informação anual do Ministério Público referente a 2024, Letela referiu que os crimes de rapto têm vindo a ocorrer com maior ousadia dos autores, destacando a dificuldade de identificar e neutralizar os mandantes. Segundo o procurador, a sofisticação das redes, que muitas vezes operam a partir do estrangeiro, complica sobremaneira o combate ao problema.

Dados relevantes apontam que, no corrente ano, foram instaurados 32 processos relacionados com este delito, resultando na libertação de 13 vítimas, na detenção de 21 suspeitos, na apreensão de 6 armas de fogo e no desmantelamento de 3 cativeiros. Letela ainda sugeriu a importância de medidas jurídicas que permitam o congelamento de fundos e bens de vítimas, empresas e familiares, como forma de desencorajar a prática de resgates.

Em declarações anteriores, o ministro do Interior referiu a natureza organizada e transnacional dos raptos, que provocam a fuga de capitais e aumentam o sentimento de insegurança na sociedade. Desde 2011, mais de 205 incidentes foram registados, com a polícia detendo cerca de 302 pessoas e desactivando vários locais usados como cativeiros. Empresários, especialmente de ascendência asiática, têm sido os principais alvos deste crime, tendo cerca de 150 indivíduos sido raptados nos últimos 12 anos.

O apelo do Ministério Público ressalta a necessidade de esforços redobrados do Estado, das comunidades e da cooperação internacional para frear este fenómeno que corrói a confiança na segurança e justiça em Moçambique.

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#Corrupção #Segurança #Justiça