CEP apela a ética e transparência na política e na Igreja

Na abertura da 211.ª Assembleia Plenária, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, apelou a uma postura de integridade e transparência por parte dos partidos políticos, destacando a necessidade de restabelecer a confiança dos eleitores através de um debate honesto e centrado nas questões reais que afetam o país.

Em meio a um cenário de instabilidade política e a desafios económicos que impactam a vida de muitos cidadãos – bem como dos que chegam a Portugal em busca de melhores condições – Ornelas sublinhou a importância de um diálogo construtivo entre todos os agentes políticos e as forças vivas da sociedade.

O presidente da CEP também expressou preocupação face à conjuntura internacional, referindo a guerra na Ucrânia, os conflitos no Médio Oriente e as crescentes tensões geopolíticas. Segundo ele, até mesmo grandes potências, outrora exemplos de democracia e respeito pelos direitos humanos, têm vindo a adotar retóricas populistas e demagógicas, o que pode agravar o cenário global e dificultar a resolução pacífica dos conflitos.

Paralelamente, Ornelas referiu o compromisso contínuo da CEP no processo de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis. Com a finalização do prazo para os pedidos de compensação – que contou com 77 manifestações – as Comissões de Instrução estão a analisar os casos, visando concluir os pareceres até ao final de setembro. Para tal, será constituído um fundo específico, com o contributo solidário das diversas Dioceses e Institutos de Vida Consagrada, de forma a atribuir a compensação às vítimas.

No encerramento do seu discurso, o bispo recordou as palavras do Papa Francisco – recentemente falecido aos 88 anos, vítima de um AVC – que enfatizava o papel de uma Igreja sempre disponível, comparando-a à Capelinha das Aparições. Em homenagem ao pontífice, será celebrada hoje, pelas 18:30, uma missa na Basílica da Santíssima Trindade.