Busca na Câmara do Barreiro: Investigação Foca Empresa de Comunicação de Luís Bernardo
A Câmara Municipal do Barreiro foi alvo de buscas da Polícia Judiciária relacionadas com a adjudicação de serviços à empresa de Luís Bernardo, Wonderlevel.

A Câmara Municipal do Barreiro foi submetida a buscas pela Polícia Judiciária (PJ) na passada quinta-feira, no âmbito da adjudicação de serviços de comunicação à empresa Wonderlevel, liderada por Luís Bernardo, conforme revelou o Notícias ao Minuto.
O presidente da Câmara, Frederico Rosa, confirmou a realização das buscas ao jornal local O Setubalense, afirmando que a autarquia está comprometida em cooperar plenamente com as autoridades: "Foi-nos solicitado acesso aos registos informáticos e a Câmara Municipal do Barreiro está sempre disponível para colaborar", referiu.
De acordo com informações veiculadas, as investigações centram-se na contratação de serviços à Wonderlevel, que presta apoio a várias autarquias, e resulta de um concurso público internacional, estabelecendo um contrato de três anos no valor de 315 mil euros.
O Observador destacou que esta ação faz parte da Operação Concerto, que investiga os empresários Luís Bernardo e João Tocha, suspeitos de conluio para manipulação de preços em contratações públicas.
Um artigo do Expresso, publicado em março, citou que a Wonderlevel Partners e a First Five Consulting dominaram metade dos contratos com autarquias, somando 90 acordos entre 2008 e 2024. O maior destes contratos foi precisamente o que liga a WLP à Câmara do Barreiro, orientado para o desenvolvimento de uma estratégia de comunicação.
Estudos anteriores também sugerem que ambas as empresas, entre 2012 e 2024, faturaram cerca de 8,2 milhões de euros em contratos públicos, sendo que a F5C liderou os ganhos. Um relato do Observador fez eco de que, exatamente um ano antes, o DCIAP estabeleceu que tinha realizado diversas buscas relacionadas com a questão.
A PJ continua a investigar, examinando práticas de contratação pública que levantam suspeitas de corrupção passiva, ativa, abuso de poder e outros crimes relacionados. A procuradoria esclareceu que as buscas são parte de um inquérito a várias empresas de comunicação e marketing acusadas de simularem concorrência em concursos públicos.
Luís Bernardo, em reação à Operação Concerto, minimizou a situação e afirmou que as investigações são uma simples diligência de recolha de informações, assegurando que não foi constituído arguido e reafirmando a sua disponibilidade para colaborar com as autoridades competentes.