Em Los Angeles, Fernando Haddad assegura que o Brasil está preparado para um crescimento sustentável de 3% ao ano até 2027, apostando na criação de um ambiente de negócios favorável.
O ministro das Finanças do Brasil, Fernando Haddad, declarou esta segunda-feira em Los Angeles que o país tem potencial para crescer a uma média de 3% ao ano até ao final do mandato do presidente Lula da Silva, que termina em 2027.
"Se formos capazes de promover um ambiente de negócios que favoreça o investimento, o Brasil continuará a atrair capitais e poderá crescer de forma sustentável a esta taxa", afirmou o ministro durante a Conferência Global do Milken Institute, que teve todos os discursos em português.
Haddad considerou esta meta um "piso" para a economia nacional, permitindo sonhar com um futuro mais sólido e socialmente justo. As previsões para o crescimento da economia brasileira em 2025 variam entre 1,8% (Banco Mundial) a 2% (FMI), enquanto o governo espera um crescimento de 2,5%. O ministro acredita que os próximos anos são cruciais para elevar a confiança internacional na economia brasileira.
"Estou convicto de que iremos solidificar a ideia de que o Brasil tem um potencial de crescimento não inferior a 3%. No final do mandato de Lula, o mundo reconhecerá que o Brasil pode crescer a esta taxa mínima", reforçou.
Outro ponto abordado por Haddad foi a intenção do Brasil de estreitar laços económicos com os Estados Unidos, indicando que a geopolítica da América do Sul é propensa a investimentos. "Estamos interessados em nos aproximar ainda mais dos Estados Unidos. Essa conexão já começou na administração Biden e prosseguirá com a administração Trump. As sinergias entre as nossas economias devem ser exploradas", afirmou.
Além disso, o ministro aproveitou a sua visita aos EUA para apresentar antecipadamente uma nova política nacional de centros de dados no Brasil. A recente reforma tributária aprovada permitirá isenções fiscais para investimentos e exportações no setor.
"Queremos que a economia digital brasileira seja totalmente verde e digital", destacou, referindo que os centros de dados deverão ser alimentados por energias limpas. Esse enfoque será aprofundado até à COP 30, que se realizará em novembro no Pará.
Em relação às infraestruturas, Haddad salientou a importância de projetos que envolvem centenas de milhões e a promoção de parcerias público-privadas. "A nossa visita visa destacar um setor que pode aproveitar melhor as oportunidades que o Brasil tem para oferecer", concluiu.
A Conferência Global do Milken Institute decorre até quarta-feira, 7 de maio, no Beverly Hilton em Los Angeles e inclui uma sessão dedicada à evolução tecnológica e financeira na América Latina, com ênfase no Brasil. César Carvalho, CEO da Wellhub, antevê uma rápida expansão do setor tecnológico. "Grandes empresas podem surgir de qualquer lado. O Brasil e a América Latina estão a formar empreendedores resilientes, preparados para enfrentar crises, uma qualidade valiosa num mundo instável", finalizou.