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Alemanha considera diálogo com talibãs para repatriar criminosos afegãos

O governo alemão está a avaliar a possibilidade de negociar diretamente com os talibãs para facilitar o repatriamento de afegãos condenados por crimes.

há 7 horas
Alemanha considera diálogo com talibãs para repatriar criminosos afegãos

O ministro do Interior da Alemanha, Alexander Dobrindt, revelou que o país está a ponderar iniciar negociações diretas com o regime talibã afegão para facilitar a deportação de criminosos afegãos. Em entrevista à revista Focus, Dobrindt manifestou: "Gostaria que celebrássemos acordos diretamente com o Afeganistão para permitir os repatriamentos". Esta declaração surge no contexto de um compromisso que a Alemanha já assumiu de acelerar o processo de deportação.

Atualmente, as comunicações com os talibãs são realizadas através de intermediários, o que Dobrindt considera uma solução insustentável. O histórico recente inclui a deportação, a 30 de agosto de 2024, de 28 afegãos condenados, um evento que marcou a primeira ação desse tipo desde o regresso ao poder dos talibãs, em agosto de 2021.

As autoridades alemãs tinham inicialmente conduzido as negociações com o governo talibã através do Qatar, país que faz de intermediário, uma vez que a Alemanha não reconhece o governo dos talibãs.

Apesar do processo de repatriamento não ter avançado significativamente, líderes de diversas formações políticas em Berlim prometeram aumentar o número de deportações de afegãos que, tendo cometido crimes na Alemanha, solicitaram asilo.

Além disso, Dobrindt mencionou que o governo também pretende rever a sua abordagem relativamente aos cidadãos sírios, apesar dos riscos associados a repatriamentos naquele país. O chanceler Friedrich Merz destacou que as deportações para a Síria agora são consideradas viáveis, uma mudança em relação ao passado recente.

Com a intenção de reforçar a firmeza nas políticas de imigração, o novo governo de Merz comprometeu-se a reduzir a entrada de imigrantes. Durante um discurso no Bundestag, Dobrindt afirmou: "A Alemanha continua a ser um país aberto ao mundo, mas existem limites para a nossa capacidade social, educativa e imobiliária".

Recentemente, a polícia federal alemã reportou que, entre 08 de maio e 30 de junho, impediu a entrada de mais de seis mil migrantes nas fronteiras, seguindo as diretrizes do novo governo. Dentre estes, 285 foram devolvidos, apesar de terem manifestado intenção de solicitar asilo, uma medida polémica que é alvo de desafios legais em tribunais alemães.

O Tribunal Administrativo de Berlim sublinhou que aqueles que solicitam asilo durante o controlo fronteiriço não podem ser expulsos antes da aplicação do procedimento de Dublin, que determina o Estado-membro responsável pela análise dos pedidos de asilo.

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