Três indivíduos detidos em Moçambique por tentativa de venda ilegal de pangolim

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) de Moçambique anunciou a captura de três pessoas na província da Zambézia, acusadas de tentarem comercializar um pangolim, um animal que se encontra na lista de espécies ameaçadas de extinção.

Segundo Maximino Amílcar, porta-voz do Sernic, os detidos — dois irmãos e um intermediário — tinham a intenção de vender o pangolim por 30 mil meticais, cerca de 400 euros. Amílcar enfatizou a importância de informar a população sobre a ilegalidade da comercialização de certas espécies, referindo ainda a atuação da ANAC (Administração Nacional de Áreas de Conservação), que se encarrega do cuidado dos animais após a sua apreensão.

O Sernic salientou que casos similares têm vindo a aumentar, e que a corporação tem realizado campanhas de sensibilização para desestimular estas práticas. Dados revelaram que os detidos afirmaram ter consumido um dos dois pangolins que possuíam, tendo adquirido ambos por montantes que variavam entre 150 e 600 meticais.

O pangolim é um animal peculiar, sendo o único mamífero terrestre completamente coberto por escamas. A legislação moçambicana de conservação da biodiversidade prevê penas severas, incluindo até 16 anos de prisão, para aqueles envolvidos no tráfico de vida selvagem.

Conforme informações divulgadas pela ANAC em 2021, na região austral de África, estima-se que anualmente cerca de 50 mil pangolins são mortos para o tráfico ilegal, um número que ultrapassa as estatísticas de marfim e corno de rinoceronte. Entre 2009 e 2019, aproximadamente um milhão de pangolins foram desviados para o mercado negro asiático, segundo dados do Programa Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente.