A UNRWA denunciou a situação crítica em Gaza após dois meses de bloqueio israelita, apelando à sua suspensão e à entrada de ajuda humanitária essencial.
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) denunciou, em comunicado feito hoje, que o povo de Gaza está a sofrer uma "punição coletiva" devido ao bloqueio imposto por Israel, que já dura dois meses. O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, sublinhou que esta situação se está a tornar insustentável e fez um apelo urgente a Israel para que levante o cerco.
Lazzarini ressaltou nas redes sociais que as duras condições do cerco afectan principalmente "as crianças, as mulheres, os idosos e os homens civis", afirmando que a população está a ser penalizada por circunstâncias que não podem controlar.
O responsável da UNRWA alertou ainda que, com o bloqueio em vigor, as mortes de crianças e mulheres não se limitam apenas aos bombardeamentos, mas também à falta de alimentações e medicamentos que impõem um sofrimento silencioso. "A cada dia que passa, o cerco mata silenciosamente", lamentou.
Desde a escalada de violência, desencadeada por um ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, que resultou em múltiplas fatalidades e raptos, Gaza enfrenta uma intensa ofensiva militar. Em resposta, Israel intensificou os ataques, levando a um aumento trágico de mortes no enclave.
Lazzarini também enfatizou que a libertação dos reféns israelitas que ainda permanecem em Gaza é uma prioridade e defendeu que o mundo deve agir para restaurar a humanidade em face deste conflito persistente.
A situação humanitária é cada vez mais precária, com alimentos a escassear e as entradas de ajuda humanitária a permanecer bloqueadas, apesar de haver assistência à espera nas fronteiras do enclave. A UNRWA fez um apelo claro: "A população de Gaza não pode esperar mais."
O bloqueio iniciou formalmente a 2 de março, e desde então, a escalada de hostilidades resultou em milhares de mortes e uma destruição generalizada das infraestruturas, segundo informações do Hamas. A urgência desta situação exige uma resposta imediata e respeitosa para mitigar o sofrimento dos civis.