Parlamentares madeirenses ressaltam o 25 de Abril como marco central da autonomia, destacando a necessidade de estabilidade enquanto apontam para desafios sociais e institucionais.
Durante uma sessão solene, os deputados representando seis partidos na Assembleia Legislativa da Madeira refletiram sobre o papel transformador do 25 de Abril no processo de autonomia regional.
Cláudia Perestrelo, deputada do PSD, declarou que o discurso a favor da autonomia deve ser a principal motivação nesta casa, afirmando que “Abril é uma revolução contínua e inacabada”. Ela defendeu a revisão da Constituição e do Estatuto Político-Administrativo como passo indispensável para manter o desenvolvimento da Madeira.
Apesar de a sessão ter sido realizada num clima de luto nacional – em memória do Papa Francisco – vários deputados, especialmente os socialistas, enfeitavam-se com cravos vermelhos como símbolo da revolução dos Cravos e dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Carlos Silva, do JPP, destacou os ensinamentos do Papa Francisco e recordou episódios históricos de mobilização popular na Madeira, conclamando para que os políticos e os cidadãos continuem a ser “agentes da revolução”, com ênfase em áreas como saúde, habitação e bem-estar social.
Por outro lado, Paulo Cafôfo, líder do grupo parlamentar do PS, lamentou que "Abril não se cumpre" enquanto inúmeros madeirenses enfrentam baixos salários e dificuldades no acesso a serviços essenciais. Miguel Castro, do Chega, afirmou que o despertar do povo indicará uma mudança com as eleições nacionais a 18 de maio, onde os eleitores terão de escolher entre a continuidade do mesmo ou uma renovação verdadeira.
Do CDS-PP, Sara Madalena argumentou que o 25 de Abril transcende o espectro político e se mostra indispensável, mesmo que não tenha sido uma revolução perfeita, sendo crucial para o equilíbrio e a estabilidade da região. Ela relembrou ainda que a colaboração entre PSD e CDS-PP fortaleceu a renovação do compromisso com o progresso dos madeirenses.
O deputado Gonçalo Maia Camelo, da IL, recordou o espírito revolucionário dos jovens capitães de 1974 e alertou para os desafios que os jovens de hoje enfrentam, defendendo que o Estado deve criar condições para que possam trabalhar e prosperar, em vez de apenas oferecer subsídios.