A bolsa de Nova Iorque terminou em alta, impulsionada por boas notícias do mercado de trabalho nos EUA e a possibilidade de avanços nas negociações comerciais com a China.
A sessão de hoje na bolsa nova-iorquina foi marcada por um encerramento em alta, com o índice Dow Jones a crescer 1,39%, o Nasdaq a aumentar 1,51% e o S&P 500 a registrar uma subida de 1,47%. Esta reação positiva dos investidores seguiu a divulgação dos dados sobre o emprego em abril nos Estados Unidos, que trouxeram um alívio em relação às preocupações económicas.
José Torres, da Interactive Brokers, ressaltou que os números publicados antes da abertura do mercado mostraram-se decisivos, contribuindo para uma sensação de segurança sobre a robustez da economia. De acordo com Patrick O'Hare, da Briefing.com, esses resultados indicaram que as realidades econômicas nem sempre refletem os receios sobre as taxas alfandegárias.
A taxa de desemprego manteve-se em 4,2%, enquanto a economia americana gerou 177 mil novos postos de trabalho em abril, um valor inferior aos 185 mil do mês passado, mas superior às expectativas de 133 mil, segundo economistas consultados pela MarketWatch.
Estes dados são os primeiros a serem divulgados desde que Donald Trump anunciou um aumento significativo nas taxas alfandegárias sobre produtos importados. O'Hare adverte, no entanto, que estes números ainda não captaram completamente o impacto das novas tarifas.
Apesar disso, o clima de otimismo persiste, uma vez que os investidores estão cientes de que existem várias negociações comerciais em andamento. A China revelou, hoje, que está a considerar uma proposta de diálogo apresentada pelos Estados Unidos, com Trump a afirmar que existem "altas probabilidades" de um entendimento entre os dois países.
Na quinta-feira, o Japão também expressou satisfação com "discussões abertas e construtivas" com os EUA, manifestando vontade de fazer concessões, mas levando em conta o elevado montante da dívida norte-americana que detêm.
Essa confiança manifestou-se nas transações, com os investidores a optarem por ativos de maior risco, adquirindo ações em diversos setores enquanto diminuem a exposição ao dólar e aos títulos do Tesouro, conforme destacou José Torres.