Ventura defende que Igreja mantenha discurso firme contra desigualdade e novas elitistas

Na sede do Chega, em Lisboa, o líder do partido, André Ventura, expressou a sua tristeza com o falecimento do Papa Francisco, a quem reconhece como um pilar importante na história do cristianismo. Ventura apelou para que a Igreja converta esta perda num impulso para reforçar a união e a luta pelos valores que sustentam a nossa civilização.

Em declarações, o dirigente recordou as palavras do Papa João Paulo II, sublinhando que a Europa deve continuar a preservar as suas raízes cristãs. Apesar das divergências em temas como migração, Ventura confirmou que o pontificado de Francisco marcou uma etapa diferente para a Igreja Católica, que agora precisa de adotar uma postura mais firme.

Movendo-se para as questões culturais e sociais, o líder do Chega destacou a necessidade de a Igreja posicionar-se contra a cultura “woke” e a sexualização precoce de crianças, assinalando que a organização religiosa deve ser mais incisiva na defesa dos seus princípios fundamentais.

Ventura também criticou tentativas de interpretar a figura do Papa como sinal de uma inclinação de esquerda dentro da Igreja, defendendo que a instituição transcende as divisões políticas e representa uma comunidade que sustenta os alicerces da nossa sociedade.

No que diz respeito à imigração, disse: “para lá do Marão, mandam os que lá estão” e enfatizou que, em Portugal, o controlo deve ser feito pelos portugueses. Acrescentou que nem a Europa nem o país têm capacidade para acolher todos, sendo essenciais critérios rigorosos e o cumprimento da lei para a entrada de novos imigrantes.

O Papa Francisco, que faleceu aos 88 anos após um pontificado de 12 anos – marcado pelo combate aos abusos, conflitos e pela pandemia – foi o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica, deixando um legado que Ventura espera que continue a inspirar a luta contra as desigualdades.