José Cardoso, líder do Partido Liberal Social, sugere uma reavaliação do sistema educativo e uma revisão do papel do Estado na sociedade, destacando a complexidade contemporânea.
José Cardoso, presidente do Partido Liberal Social (PLS), defende a necessidade de reformular o ensino em Portugal em entrevista à agência Lusa. O líder do partido, que se posiciona à esquerda da Iniciativa Liberal, argumenta que o sistema educativo deve ser "centrado no aluno, focado no desenvolvimento de competências e alinhado com os desafios do presente".
Além disso, Cardoso propõe uma reinterpretação do papel do Estado na sociedade, considerando que este deve actuar como um "regulador eficiente", em vez de um interveniente directo. "A sociedade actual é bastante complexa e o Estado deve adoptar uma postura mais de política pública", enfatiza.
O presidente do PLS exemplifica a sua visão com áreas em que o Estado já não intervém, como os notários e as telecomunicações, sublinhando que "quando se pede a instalação de fibra óptica, as pessoas não esperam que o Estado apareça para realizar o serviço e geralmente estão satisfeitas com isso".
Além disso, Cardoso caracteriza o PLS como uma alternativa ao modelo bipartidário de PSD e PS, observando que "durante os primeiros 20 anos após o 25 de Abril, o sistema funcionou como um estabilizador da democracia, mas nas últimas duas a três décadas deixou de ser um motor de reformas na sociedade portuguesa".
O líder do partido também expressa preocupação com a conjuntura económica, afirmando que "estamos a viver uma situação de empobrecimento progressivo; a geração dos nossos pais criou riqueza, enquanto a nossa vive da venda dos seus poucos recursos e os jovens da nossa geração têm emigrado".