A UNITA denuncia ferimentos graves a militantes durante uma vigília no Bengo, enquanto a polícia defende uma intervenção para controlar a situação.
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) denuncia, em declarações do seu presidente Adalberto Costa Júnior, que a polícia actuou de maneira violenta durante uma vigília na província do Bengo, ocorrida na noite de sábado. A festa tinha como propósito prestar homenagem ao deputado Raul Danda, mas, segundo Costa Júnior, resultou em "violência e repressão".
O líder da UNITA afirma que pelo menos 21 pessoas ficaram feridas, incluindo quatro em estado grave, e já foram encaminhadas ao Hospital Provincial do Bengo. Costa Júnior expressou o seu “repúdio veemente” pela intervenção policial, que, segundo ele, envolveu o uso de gás lacrimogéneo e disparos para dispersar cidadãos que exerciam o direito à liberdade de expressão.
“Este episódio não é apenas uma violação dos direitos humanos, mas um ataque aos princípios democráticos que todos devemos proteger”, sublinhou, exigindo um esclarecimento pronto das autoridades.
No entanto, o Comando Provincial do Bengo da Polícia de Angola refutou as alegações, assegurando que a sua actuação foi feita para manter a ordem, uma vez que a vigília decorreu num local não autorizado. O porta-voz da polícia, superintendente Paulo Miranda de Sousa, sublinhou que a intervenção visou a dispersão de uma manifestação em desacordo com as normas, e não houve registo de feridos graves.
Miranda de Sousa acrescentou que apenas três pessoas necessitaram de assistência médica por “susto” decorrente do gás lacrimogéneo, e já receberam alta. “O uso de gás lacrimogéneo não é o mesmo que disparos de armas de fogo; é um meio não letal para dispersar multidões”, concluiu.