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"Unidas Contra a Violência: Mulheres Levantam a Voz nas Redes Sociais"

há 18 horas

Mulheres unidas desafiam a misoginia digital e a violência de género, declarando: "Se uma é atacada, todas respondemos." Uma luta pela igualdade em tempos de retrocesso.

"Unidas Contra a Violência: Mulheres Levantam a Voz nas Redes Sociais"

Seis mulheres partilham, em entrevista à Lusa, a importância da união feminina face ao crescente neomachismo e à misoginia que ganha força nas redes sociais. Este fenómeno, que se estende da 'dark web' ao Tik Tok, expõe um ambiente hostil, onde um vídeo de uma alegada violação em Loures foi visualizado 32 mil vezes sem que alguém se pronunciasse.

“As situações enfrentadas são tão graves que as mulheres estão a perder o medo de se manifestar. Quando uma é afectada, todas se mobilizam. Em vez de avançarmos com a igualdade no século XXI, muitos homens parecem querer retaliar. É urgente que nos unamos”, resume Rita Oliveira, de 27 anos, técnica assessora e criadora do perfil (A)gente Púrpura no Instagram.

Para Francisca Barros, ativista de 35 anos, o Instagram é uma ferramenta crucial para expor a violência de género, denunciando machismo e agressões: “Quando uma mulher não denuncia, outra pode ser vítima.”

Paula Cosme Pinto, outra das sobreviventes, descreve a situação como uma “bomba relógio”, referindo-se a grupos de homens organizados online que propagam ódio e passam frequentemente para a vida real com atos de violência.

Inês Marinho, fundadora da Associação Não Partilhes, denuncia que a liberdade feminina está a ser cerceada. “Uma mulher deve poder vestir o que deseja e sair sem medo. Impedir isso apenas cria homens com comportamentos tóxicos”, sublinha.

Por outro lado, Lúcia Vicente, escritora e ativista, alerta para o perigo do movimento 'red pill', que dissemina uma visão degradante sobre as mulheres, promovendo a ideia de que são inferiores e apenas destinadas à maternidade.

Rita Dias, artista de 35 anos, critica as agressões a mulheres apresentadas como troféu, chamando a atenção para a necessidade de parar com comportamentos distópicos que banalizam a violência. "As mulheres merecem ser ouvidas e respeitadas, sem julgamentos sobre o seu estado emocional", afirma.

À medida que o retrocesso no reconhecimento dos direitos das mulheres avança, fica claro que a luta pela igualdade e dignidade deve continuar, e as mulheres não se calarão. “A nossa voz deve ser ouvida e respeitada”, conclui Rita, enfatizando a importância da resistência.

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#StopViolência #UnidasPelaIgualdade #MulheresEmResistência