Um único refrigerante diário pode elevar o risco de diabetes e outras doenças
Um estudo recente aponta que até mesmo pequenas quantidades de refrigerantes e carnes processadas aumentam significativamente o risco de diabetes tipo 2 e cancro.

Um estudo inovador recentemente publicado na revista Nature Medicine poderá levá-lo a reconsiderar as suas opções alimentares. Investigadores do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington estão a alertar para os perigos das bebidas açucaradas, carnes processadas e gorduras trans.
A principal revelação? Mesmo que se consuma apenas pequenas porções regulares desses alimentos, existe uma associação clara com um aumento acentuado do risco de diabetes tipo 2, cancro colorretal e doença arterial coronariana.
A equipa revisou mais de 60 estudos observacionais que exploraram a relação entre dieta e doenças graves. Aplicando uma metodologia rigorosa, classificaram as evidências, destacando que, mesmo em quantidades limitadas, o consumo destes alimentos apresenta riscos significativos.
Num achado alarmante, os investigadores notaram que a maioria dos aumentos no risco de doenças ocorreu com baixas quantidades consumidas. "A nossa análise indica que os maiores riscos estão associados a níveis de consumo considerados baixos, o que implica que mesmo uma ingestão moderada destes alimentos é preocupante," afirmou Demewoz Haile, um dos cientistas envolvidos.
Médicos que analisaram o estudo, mas que não participaram na investigação, corroboraram os achados, afirmando que não existe uma quantidade segura de carnes processadas e que o consumo diário de um simples cachorro-quente pode ser prejudicial.
Mas, por que são tão prejudiciais os refrigerantes, as carnes processadas e as gorduras trans? Segundo a equipa de investigação, as bebidas açucaradas, como os refrigerantes, induzem inflamação e podem levar ao aumento de peso. Já as carnes processadas, como o bacon, muitas vezes contêm nitritos que têm potencial para se converter em substâncias cancerígenas no estômago. As gorduras trans, por sua vez, são conhecidas por reduzir o colesterol bom e aumentar o colesterol mau, contribuindo assim para o desenvolvimento de doenças cardíacas.
De forma a mitigar estes problemas, as autoridades da saúde têm apelado à redução do consumo desses alimentos. "As nossas conclusões sustentam a recente proposta da OMS para a proibição das gorduras trans e para a tributação das bebidas adoçadas com açúcar, como forma de combater doenças não transmissíveis associadas à dieta", escreveram os investigadores.
Os autores recomendam também políticas que facilitem o acesso a opções alimentares mais saudáveis e exortam a implementação de ações para aumentar a consciencialização pública a respeito dos perigos destes fatores de risco alimentar.