Trump apela à Ucrânia para aceitar negociações com a Rússia em Istambul

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um apelo à Ucrânia para que "aceite imediatamente" a proposta do seu homólogo russo, Vladimir Putin, de se reunir na Turquia na próxima quinta-feira. A intenção é que, através desta reunião, ambas as partes possam avaliar se um acordo de paz é possível.

Trump expressou, nas redes sociais, a sua convicção de que "a Rússia não busca um cessar-fogo com a Ucrânia", mas que a reunião na Turquia representa uma oportunidade de "negociar o fim da violência". Para Trump, "a Ucrânia deve agir de forma célere" e, mesmo que não se chegue a um acordo, a situação ficará clara para os líderes europeus e norte-americanos, permitindo-lhes tomar decisões adequadas.

A proposta russa, apresentada no sábado, sugere que a Ucrânia inicie negociações diretas em Istambul a 15 de maio, uma cidade que já havia acolhido as únicas negociações entre os dois países em março de 2022, desde o início do conflito.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comentou a proposta, considerando-a um "passo inicial" do Kremlin para o fim da guerra, mas reforçou que um cessar-fogo deve ser estabelecido antes que a Ucrânia entre em negociações.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou numa entrevista que Putin está a empenhar-se em soluções pacíficas e diplomáticas, mas que, na ausência dessas, a "operação militar deve continuar".

Em sua mensagem nas redes sociais, Trump criticou a actual gestão ucraniana por estar mais focada nas celebrações do Dia da Vitória da II Guerra Mundial do que em buscar um acordo com Putin, a quem pediu que se reunisse de imediato.

A proposta russa foi divulgada logo após a Ucrânia e seus aliados europeus demandarem um cessar-fogo incondicional de pelo menos 30 dias, com a ameaça de sanções contra a Rússia se não forem cumpridas as exigências. Esta iniciativa surgiu após uma reunião em Kyiv, onde líderes da Ucrânia, França, Alemanha, Reino Unido e Polónia discutiram estratégias, seguida de uma conversa com Trump, que manifestou seu apoio a um cessar-fogo duradouro.

No entanto, a proposta russa tem sido recebida com ceticismo pelos aliados europeus, que exigem um cessar-fogo antes de qualquer discussão sobre negociações.