Triplo aumento de mortes por cancro ligado à obesidade nos EUA nos últimos 20 anos
Estudo revela que as mortes por cancro associadas à obesidade triplicaram nos EUA, destacando a urgência de novas políticas de saúde pública.

Um estudo recente, apresentado durante o encontro anual da Sociedade de Endocrinologia, levanta preocupações sobre o alarmante aumento de mortes por cancro relacionadas com a obesidade nos Estados Unidos. Entre 1999 e 2020, as mortes aumentaram de 3,73 para 13,52 por milhão, de acordo com dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).
Os investigadores analisaram um total de 33.572 fatalities associadas a cancro e descobriram que o impacto é desproporcional em grupos específicos, incluindo mulheres, idosos, nativos americanos e populações rurais.
Faizan Ahmed, investigador do Hackensack Meridian Jersey Shore University Medical Center, salienta que “a obesidade representa um risco significativo para vários tipos de cancro, levando a uma mortalidade elevada”. Ele sublinha a urgência de implementar estratégias de saúde pública, como triagens precoces e acessos facilitados a cuidados, especialmente em comunidades mais vulneráveis.
A obesidade, que afeta mais de 40% dos adultos nos EUA, está associada a um risco elevado de 13 tipos de cancro, que juntos representam 40% dos diagnósticos anuais no país. O CDC define que um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25,0 a 29,9 indica sobrepeso, enquanto um IMC de 30,0 ou mais indica obesidade.
A obesidade provoca inflamações crónicas e desequilíbrios hormonais que podem contribuir para o desenvolvimento do cancro. A relação entre o aumento do excesso de peso e a prolongada exposição à obesidade clarifica que o risco de cancro é proporcional ao aumento de peso e ao tempo em que se permanece acima do peso desejável.
Além dos cancros, a obesidade também está associada ao aumento do risco de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e outras condições severas de saúde.