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Tensão crescente na Síria leva Alemanha a alertar para proteção civil

há 12 horas

Alemanha expressa preocupação com a escalada de violência na Síria e pede ao regime de Damasco que proteja a população, enquanto confrontos e ataques aéreos resultam em numerosas vítimas.

Tensão crescente na Síria leva Alemanha a alertar para proteção civil

A Alemanha manifestou hoje a sua profunda inquietação face aos violentos confrontos que têm marcado os últimos dias na Síria, instando o governo de Damasco a assegurar a proteção da população civil.

Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, "a Síria não deve tornar-se um campo de batalha para tensões regionais". O ministério apelou ainda a "todos os intervenientes, tanto nacionais como internacionais, para que detenham a violência e exerçam a máxima contenção".

A Comissão Europeia também se juntou ao apelo, solicitando que todas as partes envolvidas evitem ações que possam intensificar a violência, particularmente após o ataque aéreo israelita numa área próxima ao palácio presidencial em Damasco, na manhã de hoje.

Este ataque foi confirmado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e pelo ministro da Defesa, Israel Katz, que caracterizaram a operação como "uma mensagem clara ao regime sírio". A resposta da Presidência síria foi uma condenação veemente do bombardeamento, considerando-o "uma grave escalada contra a soberania do país".

Na quarta-feira, Israel já havia atacado a cidade de Ashrafieh Sahnaya, nos arredores de Damasco, em resposta a confrontos entre as forças do governo sírio e grupos associados à minoria drusa.

Os combates entre os grupos armados drusos e as forças do Estado têm sido intensos desde terça-feira, resultando em várias dezenas de mortos. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) reportou que o número de óbitos nos confrontos armados no sul da Síria ultrapassou os 101, embora as autoridades não tenham divulgado números oficiais.

A escalada da violência tem refletido a crescente insegurança das minorias na Síria, recordando massacres anteriores, como o ocorrido em março contra a comunidade alauita, a qual inclui o ex-presidente Bashar al-Assad, atualmente exilado em Moscovo.

O regime de Assad foi deposto a 8 de dezembro por uma coligação de grupos armados depois de uma década de guerra civil, com o país a ser agora dirigido por um governo de transição sob a liderança de Ahmed al-Chaara.

A minoria drusa, composta por cerca de 700.000 pessoas, representa apenas 0,3% da população síria e está concentrada principalmente na província de As-Suwayda, situada no sul, bem como em áreas do noroeste e na capital. Os drusos têm focado os seus esforços na proteção dos seus territórios, evitando em grande medida o recrutamento forçado para as forças armadas sírias.

Além da Síria, a comunidade drusa está presente também no Líbano e em Israel, incluindo os Montes Golã ocupados.

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