Cultura

Sony França adquire Lusafrica e África Nostra: um novo capítulo para a música lusófona

As icónicas editoras Lusafrica e África Nostra, reconhecidas pela promoção de artistas africanos e lusófonos, foram compradas pela Sony Music France.

02/07/2025 15:45
Sony França adquire Lusafrica e África Nostra: um novo capítulo para a música lusófona

As aclamadas editoras musicais Lusafrica e África Nostra foram recentemente adquiridas pela Sony Music France, marcando um importante desenvolvimento no panorama da música lusófona e africana. O anúncio foi feito hoje, destacando a importância destas empresas na divulgação de talentosos artistas de expressão portuguesa e africana.

A Lusafrica, criada em 1988 pelo empresário José da Silva, é célebre por ter representado talentos como a emblemática Cesária Évora, bem como outros artistas de renome, como Bau, Lura, Elida Almeida, Tcheka e Ildo Lobo. Para além disso, a editora expandiu o seu leque ao incluir músicos africanos como Bonga e Boubacar Traoré, e ainda artistas do variado universo latino-americano, como Polo Montañez, Septeto Habanero e Tania Libertad.

A África Nostra, estabelecida em 2000, partilha com a Lusafrica cerca de 75% do seu catálogo, que atualmente inclui mais de 4.000 títulos, reunindo a discografia completa de Cesária Évora e de Polo Montañez.

No comunicado enviado à Lusa, salientou-se o papel central destas editoras na divulgação da música lusófona e africana em todo o mundo. Marie-Anne Robert, presidente da Sony Music France, expressou a sua satisfação com a aquisição, afirmando: "Estamos verdadeiramente entusiasmados por integrar a Lusafrica na família Sony Music. A nossa missão é preservar e expandir o legado da Lusafrica, conectando mercados e gerações em benefício dos artistas e dos fãs. A nossa experiência em construir audiências internacionais permitirá que mais ouvintes descubram este precioso tesouro da world music".

José da Silva explicou a sua decisão de vendê-las à Sony, enfatizando a longa parceria entre as partes: "Embora esta escolha não tenha sido simples, percebi que já não tinha a energia necessária para acompanhar a Lusafrica e a África Nostra na medida que desejaria. Acredito firmemente que esta é a melhor escolha, uma vez que a Sony dispõe dos recursos e do conhecimento para levar isto adiante, conhecendo bem o nosso catálogo e a nossa identidade musical após mais de 20 anos de colaboração".

O empresário destacou ainda a importância da Lusafrica na promoção das músicas africanas, latinas e lusófonas a nível global, referindo especialmente a impactante carreira de Cesária Évora. Ele concluiu: "Hoje, este ato simboliza o final de um ciclo, mas marca também a continuidade de um legado musical que me é extremamente querido".

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