Desde a introdução do plano de reestruturação, a Santa Casa arrecadou cerca de 12 milhões de euros com a venda de bens imóveis, de acordo com o provedor da instituição.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) já conseguiu reunir aproximadamente 12 milhões de euros através da alienação de património imobiliário, desde que começou a implementar o actual plano de reestruturação. Esta informação foi avançada pelo provedor Paulo Sousa, numa entrevista à agência Lusa.
Segundo Sousa, foram concluídas a venda de onze imóveis em três hastas públicas, o que permite financiar diversos projectos em andamento. O património imobiliário da SCML está avaliado em mais de 1.1 mil milhões de euros, e grande parte deste valor está associada a actividades essenciais da instituição, como hospitais e lares para idosos, além de centros de acolhimento para crianças e jovens.
O provedor esclareceu que o foco da alienação está restrito a um conjunto específico de imóveis com características determinadas. Ele acena ainda que espera, no "máximo dos máximos", alcançar um total de cerca de 100 milhões de euros nesta área. Paulo Sousa enfatizou que o verdadeiro esforço se concentra nos restantes imóveis, que, no total, precisam de reabilitação. "Se tivéssemos capacidade para avançar, que ainda não temos, iniciaríamos obras em cerca de 80 imóveis", acrescentou.
Para Sousa, a alienação dos imóveis não é uma questão de urgência extrema, sendo necessário ter calma para avaliar as oscilações do mercado e agir de acordo. Ele ainda garantiu que a instituição já não paga rendas por imóveis que não estão em uso, uma prática que se manteve até há pouco tempo.
Em termos de reabilitação, o provedor anunciou que em breve será inaugurada uma nova residência estudantil em Carcavelos, localizada em um edifício em condições muito precárias. Este espaço já abrigava uma área destinada a cegos, mas apenas uma fração da sua capacidade era utilizada. "Está a ser totalmente reabilitado e vai transformar-se num projecto de alojamento inclusivo para estudantes", afirmou.
A nova residência está desenhada para atender tanto estudantes normovisuais como aqueles com deficiência visual, com equipamentos adaptados às suas necessidades. Este projecto será realizado em parceria com universidades, incluindo a Universidade Nova de Lisboa, e fará parte de uma rede já em desenvolvimento, chamada Rede Um Quarto (1/4).