No domingo, a Roménia realiza eleições presidenciais, com 11 candidatos, num ambiente de incerteza após a anulação da votação anterior devido a alegações de interferência russa.
A Roménia prepara-se para um novo escrutínio presidencial este domingo, após a anulação inédita da votação de novembro, que levantou dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral. O país voltará a eleger o seu presidente em uma repetição da primeira volta, apresentando agora candidatos inéditos.
Ao todo, são 11 os candidatos em disputa, mas o foco do público está na ausência de Calin Georgescu, o surpreendente vencedor da votação anterior, que foi impedido de concorrer pela Autoridade Eleitoral. Georgescu enfrenta acusações de crimes graves, incluindo atos inconstitucionais e falsificações financeiras, o que lançou uma sombra sobre sua candidatura.
O político, que era uma figura pouco conhecida antes da sua ascensão, viu uma súbita popularidade atribuída a uma campanha nas redes sociais, especialmente no TikTok, supostamente orquestrada pela Rússia, que o levou a arrecadar cerca de 23% dos votos na primeira volta.
A decisão do Tribunal Constitucional de anular a votação foi considerada por Georgescu como um "golpe de Estado", evidenciando a polarização política do país. A sua exclusão abriu espaço para George Simion, líder do partido nacionalista Aliança para a União dos Romenos (AUR), que agora desponta como favorito, com cerca de 30% das intenções de voto.
Simion já tinha participado na contestada eleição de novembro, onde obteve 13%, mas agora é visto como uma ameaça ao alinhamento pró-Ocidente da Roménia, o que preocupa Bruxelas.
Por outro lado, o centrista Nicusor Dan, atual presidente da Câmara de Bucareste, é um dos candidatos mais bem posicionados para uma eventual segunda volta, defendendo uma visão pró-europeia. Ao lado dele, Crin Antonescu, o candidato da coligação no poder, é outro que poderá ter uma oportunidade, embora seja considerado uma representação do 'status quo'.
Victor Ponta, ex-primeiro-ministro que se demitiu em 2015 durante um escândalo de corrupção, também é um potencial adversário na segunda volta, assumindo uma postura eurocética.
A votação deste domingo está a ser monitorada por uma missão do Escritório para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, garantindo a observação imparcial do processo.