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Relatora da ONU critica "lucro da ocupação e do genocídio" por parte de Israel

Francesca Albanese, relatora da ONU, afirma que a economia israelita se alimenta do genocídio, apresentando dados alarmantes sobre a devastação na Palestina.

há 8 horas
Relatora da ONU critica "lucro da ocupação e do genocídio" por parte de Israel

A relatora especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados, Francesca Albanese, denunciou hoje a dinâmica que caracteriza a economia de Israel, referindo que se transformou numa "economia de genocídio". Durante uma conferência de imprensa em Genebra, Albanese destacou que "claramente, para alguns, o genocídio é lucrativo".

Após apresentar um relatório ao Conselho de Direitos Humanos, que expõe "as forças empresariais por detrás da destruição da Palestina", a relatora forneceu dados chocantes: "Nos últimos 21 meses, enquanto o genocídio israelita devastava vidas palestinianas, a bolsa de Telavive disparou 213%, acumulando 225,7 mil milhões de dólares em ganhos - incluindo 67,8 mil milhões de dólares só no mês passado".

Albanese revelou que o relatório identifica 48 empresas envolvidas na "economia da ocupação", englobando setores como armamento, tecnologia, finanças e construção. Estas empresas forneceram equipamentos militares que possibilitaram extensos bombardeios em Gaza, com a quantidade de munições lançadas a ser seis vezes superior à da bomba atómica de Hiroshima.

Além disso, discorreu sobre a normalização do "apartheid" através da atuação de entidades aparentemente neutras, como universidades e centros comerciais. "Este relatório evidencia que o genocídio persiste porque muitos lucram com ele", frisou Albanese.

A relatora fez um apelo aos Estados-membros da ONU para que imponham um embargo total ao comércio de armas com Israel e responsabilizem as empresas por violações do direito internacional, sublinhando que "as empresas não podem alegar neutralidade".

Num momento em que, durante a conferência, foi questionada sobre as críticas dos EUA, que pediram a destituição da sua função devido a alegações de má conduta, Albanese optou por salientar o apoio que recebeu durante a sessão do Conselho, evidenciando a relevância do seu trabalho.

Recentemente, o número de palestinianos mortos em Gaza ultrapassou os 57.000, segundo o Ministério da Saúde do enclave controlado pelo Hamas, enquanto a guerra desencadeou uma crise humanitária, deixando muitos sem acesso a alimentos.

O conflito começou em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas ao sul de Israel, que resultou em mais de 1.200 mortes israelitas e cerca de 250 reféns.

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