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Reintegração do Internato Médico: Uma Solução para Atração de Médicos ao SNS

A ANEM defende que a inclusão do internato na carreira médica pode ser crucial para reter médicos no Serviço Nacional de Saúde.

há 7 horas
Reintegração do Internato Médico: Uma Solução para Atração de Médicos ao SNS

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) lançou hoje um apelo para a reintegração do Internato Médico dentro da carreira médica, argumentando que esta mudança poderá facilitar a retenção de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No contexto atual de discussão sobre a valorização dos recursos humanos do SNS, a ANEM sublinha que um reconhecimento mais elevado do papel dos médicos internos e do esforço que desenvolvem é essencial para tornar a profissão mais atrativa. "Os vários anos dedicados ao internato, que não são contabilizados para a progressão na carreira, constituem um desincentivo que frequentemente leva à saída destes profissionais do SNS”, afirma a associação.

Os médicos internos desempenham funções de grande importância, absorvendo uma carga de trabalho elevada e contribuindo para a prestação de cuidados de saúde de qualidade, mesmo que o internato seja, essencialmente, uma fase formativa.

Segundo o presidente da ANEM, Paulo Simões Peres, esta discussão é crucial para valorizar uma classe profissional que trabalha diariamente para garantir a saúde da população. "Esperamos que este tema seja discutido com a seriedade e a urgência que merece", acrescentou.

Adicionalmente, a ANEM destaca que reconhecer o Internato como parte da carreira médica representa "um investimento no futuro da Medicina em Portugal e na sustentabilidade do SNS". Esta é uma condição fundamental para a manutenção de um sistema de saúde acessível e de qualidade, especialmente na retenção de médicos jovens e motivados.

O apelo da ANEM surge em um momento em que o Índice de Saúde Sustentável, apresentado pela NOVA Information Management School (NOVA-IMS), revela que a sustentabilidade do SNS decaiu em 2024, marcando o terceiro ano consecutivo de queda e a terceira maior descida da década, superada apenas pelo ano de 2020.

Pedro Simões Coelho, coordenador do referido estudo, observa que a diminuição da sustentabilidade é uma continuação de uma tendência negativa, sustentada por uma desaceleração da produtividade, que é definida como a relação entre a atividade e a despesa no setor.

O mesmo estudo revela que o investimento no SNS no ano anterior resultou em um retorno econômico de 9,5 mil milhões de euros, um valor superior em 2,9 mil milhões comparado a 2023.

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