Recorde de calor: junho atinge temperaturas sem precedentes em Portugal

A recente onda de calor que afectou Portugal alcançou o seu ponto máximo no domingo, dia 29 de junho, quando a temperatura atingiu impressionantes 46,6ºC em Mora, no distrito de Évora. Este registo marca um novo recorde para o mês de junho, superando o anterior máximo de 44,9ºC, estabelecido em Alcácer do Sal em 2017.

Embora a temperatura seja inferior ao recorde absoluto, que permanece em 47,3ºC na Amareleja, Beja, datado de 1 de agosto de 2003, o novo máximo para junho representa um marco significativo para o clima em Portugal continental.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) havia antecipado esta situação, alertando para a chegada de uma massa de ar quente e seca proveniente do norte de África entre os dias 28 e 30 de junho. Esta previsão revelou-se verdadeira, com 34% das estações meteorológicas a registarem máximos históricos para junho.

O dia 30 também se destacou com temperaturas elevadas, especialmente na estação de Alvalade, em Santiago do Cacém, onde se registaram 44,5ºC. No sábado, dia 28, Alvega, no concelho de Abrantes, já havia alcançado 45,4ºC.

Atualmente, o IPMA mantém avisos laranja para oito distritos do continente devido ao calor intenso, que se manterão até às 21h00 de hoje, passando a amarelo até quinta-feira. Os distritos sob aviso laranja incluem Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Santarém, Beja, Castelo Branco e Portalegre.

Adicionalmente, outros distritos como Setúbal, Lisboa e Leiria estão sob aviso amarelo. Este tipo de aviso indica situações meteorológicas de risco moderado a elevado, enquanto o amarelo é emitido por riscos menos severos associados a actividades dependentes do clima.

Para hoje, o IPMA prevê céu pouco nublado ou limpo, com a possibilidade de aguaceiros e trovoadas em algumas regiões, especialmente nas zonas Norte e Centro. A temperatura deverá sofrer uma pequena descida, especialmente nas máximas do litoral centro, variando entre os 24ºC em Aveiro e os 43ºC em Beja.

O calor extremo também coloca mais de 80 concelhos do país em perigo máximo de incêndio, exigindo atenção redobrada por parte da população.