Política

PSD prepara-se para autárquicas com foco em coligações e recuperação nas áreas metropolitanas

O PSD planeia participar nas eleições autárquicas de outubro com cerca de 150 coligações, visando reforçar a sua posição nas principais cidades, após uma recuperação em 2021.

há 2 horas
PSD prepara-se para autárquicas com foco em coligações e recuperação nas áreas metropolitanas

Nas próximas eleições autárquicas marcadas para 12 de outubro, o PSD está a preparar uma estratégia arrojada, tendo como meta recuperar a liderança na Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e na Associação Nacional de Freguesias (Anafre). Esta estratégia visa alterar o equilíbrio de poder atualmente favorável ao PS, o qual lidera 35 câmaras a mais do que os sociais-democratas.

A prioridade do PSD centra-se nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto. A liderança do partido acredita que pode consolidar as autarquias que já controla, como Lisboa e Cascais, e ocupar outras que, por obrigação estatutária, terão novos presidentes. Estão em mira cidades chave como Porto, Gaia e Sintra.

Após os desastrosos resultados nas eleições de 2013 e 2017 sob Pedro Passos Coelho, em que o partido perdeu um número significativo de municípios, o cenário começou a inverter-se em 2021 com a liderança de Rui Rio. Naquele ano, o PSD obteve 114 autarquias, marcando uma recuperação significativa ao reduzir a diferença face aos socialistas.

Para este ciclo eleitoral, o PSD não irá apresentar candidatura em apenas três dos 308 municípios de Portugal, todos no Alentejo. A grande novidade deste ano é a formação de coligações com a Iniciativa Liberal (IL), sem contudo estabelecer parcerias com o Chega. De acordo com informações do coordenador autárquico do PSD, Pedro Alves, o partido irá concorrer sozinho em 149 autarquias e estabeleceu um total de 156 coligações.

Das coligações, 114 são apenas com o CDS, enquanto seis estão apenas com a IL, 17 envolvem os três partidos e 19 incluem outros, como o MPT ou o PPM. Exemplos notáveis de coligações com os liberais incluem Lisboa, onde a IL apoia a recandidatura do atual presidente Carlos Moedas, e no Porto, onde Pedro Duarte tenta recuperar a câmara que foi dirigida pelo independente Rui Moreira durante três mandatos.

Em oito municípios, o PSD optou por apoiar candidatos independentes, com figuras como o antigo ministro Isaltino Morais em Oeiras e a ex-autarca da CDU Maria das Dores Meira em Setúbal, a par de outros em Marinha Grande e Idanha-a-Nova. Na Figueira da Foz, o ex-presidente Pedro Santana Lopes liderará uma lista conjunta PSD/CDS.

O partido apresenta 48 mulheres nas candidaturas a presidências de Câmara, representando cerca de 15% do total, e enfrenta uma redução no número de autarcas que não podem recandidatar-se devido à legislação sobre limitação de mandatos.

Algumas das saídas mais notáveis incluem autarcas de Cascais, Braga e Aveiro. Além disso, a seleção de candidatos para certos municípios como Setúbal e Aveiro têm gerado desacordos internos, com impugnações já em processo.

Seis dos candidatos a presidentes de Câmara, que são deputados do PSD, terão de renunciar ao seu mandato caso sejam eleitos: tais como Cristóvão Norte (Faro) e Hugo Oliveira (Caldas da Rainha).

Em 2021, o PSD esteve presente nas eleições autárquicas com candidaturas isoladas em 153 municípios e com 146 coligações com o CDS, além de apoiar nove listas de cidadãos independentes.

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