JPP critica PSD por travar audição da ministra após cancelamento de helicóptero
Filipe Sousa, deputado do JPP, lamenta a oposição do PSD à audição da ministra da Administração Interna sobre o cancelamento de um helicóptero de combate a incêndios na Madeira.

O deputado Filipe Sousa, representante do Juntos Pelo Povo (JPP) na Assembleia da República, manifestou a sua indignação em relação ao que considera ser um "bloqueio" por parte do PSD para que a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, seja ouvida com urgência no Parlamento. Este pedido tem como pano de fundo o recente cancelamento da introdução de um segundo helicóptero destinado ao combate a incêndios na Madeira.
Em declarações à agência Lusa, Sousa sublinhou que apresentou um requerimento para que a ministra fosse ouvida "de imediato", visto que estamos já no período crítico de incêndios na região. Apesar deste apelo, o PSD destacou-se como o único partido a votar contra a urgência da audição durante a Conferência de Líderes, resultando na decisão de ouvir a governante apenas em setembro, já após o fim do verão.
“Este era o momento adequado para a ministra prestar esclarecimentos sobre a situação, e não quando a temporada de incêndios se estiver a encerrar”, lamentou Sousa, referindo que a audição, solicitada há cerca de uma semana, tinha como objetivo discutir a exclusão da Madeira do plano nacional de meios de combate a incêndios aéreos.
No seu comunicado, o deputado critica a posição do PSD, considerando-a "desrespeitosa" em relação às populações madeirenses, que lidam com a realidade de incêndios, utilizando recursos limitados e enfrentando promessas não cumpridas. Sousa classifica a atitude dos sociais-democratas como uma "vergonhosa obstrução política" e uma forma de sabotagem relativamente à introdução do segundo helicóptero no Serviço Regional de Proteção Civil.
O parlamentar recordou que a alocação deste helicóptero foi anunciada após o incêndio de agosto do ano passado e assumida como compromisso pelos partidos que governam a Madeira e a República. Acusa ainda os representantes madeirenses do PSD na Assembleia da República de não emitirem qualquer protesto quando deveriam exigir explicações, continuando a silenciar-se mesmo após o bloqueio ao requerimento de audição.
Com este comportamento, o PSD evidencia que a sua narrativa em defesa da Madeira é apenas uma estratégia eleitoral, uma vez que impediram um pedido legítimo de controle parlamentar e de responsabilização política. Sousa critica a passividade dos deputados do PSD em Coimbra, que se mantêm "silenciosos e submissos ao centralismo de Lisboa", enquanto o Governo se revela ineficaz no apoio à Madeira.
O deputado assegura que o JPP não irá tolerar essa hipocrisia política, afirmando que é fundamental garantir a proteção de vidas humanas, bens e património florestal nesta região. "Quem bloqueia a fiscalização política, protege erros e perpetua a impunidade. O PSD voltou a trair a Madeira, e os madeirenses merecem saber porquê”, conclui.
Um segundo helicóptero, inicialmente programado para operar a partir de 1 de julho, enfrenta agora atrasos, segundo o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque (PSD/CDS), que atribui a situação às eleições legislativas antecipadas e à formação do novo governo. Desde 2018, a Madeira conta com um único meio aéreo em operação no Serviço Regional de Proteção Civil, que, além de combater incêndios, é utilizado para operações de resgate.
Recentemente, Albuquerque apontou que a disponibilidade do novo helicóptero depende da realização de um concurso público, o qual, ao que parece, ficou deserto, dificultando a sua implementação ainda este ano.