O PS questiona o Governo pela exclusão de uma secção que alertava para a presença de grupos de extrema‐direita no RASI, exigindo total transparência para a segurança interna.
O Partido Socialista tem vindo a questionar o Governo após a remoção, na versão final do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) 2024, de uma secção que denunciava a atuação de grupos de extrema‐direita em território nacional.
De acordo com a nota divulgada pelo grupo parlamentar, dirigida ao primeiro-ministro Luís Montenegro e às ministras Margarida Blasco e Rita Alarcão Júdice, a versão preliminar do relatório, enviada a 17 de março aos vários intervenientes, incluía o capítulo intitulado "Ameaças Híbridas e Extremismos".
No documento, constava informação sobre a presença, entre outros dados, de um ramo da organização Blood&Honour – considerada terrorista em diversos países e associada a atos violentos e à radicalização de jovens, incluindo menores de 16 anos –, bem como o seu uso de plataformas digitais para incitar extremismos.
O PS interroga: por que motivo foi eliminada esta secção do relatório entregue à Assembleia da República? Quem ordenou a remoção e se tal decisão foi objeto de debate no Conselho Superior de Segurança Interna?
A bancada socialista defende que a transparência e o rigor na divulgação de dados sobre segurança interna são imprescindíveis para a formulação de políticas eficazes de prevenção do crime organizado e do extremismo, pilares fundamentais do funcionamento democrático.
O requerimento foi subscrito pelos deputados Pedro Vaz, André Rijo, Isabel Oneto, Isabel Moreira, Patrícia Faro, Elza Pais e Eurídice Pereira.