Preocupante aumento do câncer cervical em mulheres com mais de 65 anos
O câncer do colo do útero, impulsionado pelo HPV, apresenta um aumento alarmante em mulheres acima dos 65 anos, embora muitos profissionais ainda não recomendem exames.
Recentemente, a prevalência do câncer do colo do útero tem mostrado um crescimento alarmante entre mulheres com mais de 65 anos, uma situação que merece atenção redobrada. Os dados indicam que aproximadamente 20% dos novos casos diagnosticados ocorrem nesta faixa etária, de acordo com estudos que analisaram os resultados de exames como o Papanicolau.
O câncer do colo do útero resulta da formação de tecido cancerígeno na superfície do colo do útero. Existem dois tipos principais: os carcinomas de células escamosas, que representam entre 80% a 90% dos casos, e os adenocarcinomas, muito menos frequentes, que correspondem a 10% a 20% dos diagnósticos. Um estudo recente, publicado na revista Gynecology and Obstetrics Clinical Medicine, revelou que mulheres acima dos 65 anos têm maior propensão a testar positivo para o HPV em comparação com mulheres mais jovens.
A Cleveland Clinic destaca a importância do exame Papanicolau, que recolhe células do colo do útero para análise em laboratório, ajudando na detecção precoce do câncer e de possíveis lesões pré-coces. A prevenção é fundamental, sendo que a realização regular deste exame, juntamente com a prática de sexo seguro, são as melhores estratégias disponíveis para mitigar o risco de desenvolvimento da doença.
Embora os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) sugiram que mulheres com menos de 65 anos possam interromper o acompanhamento, a mesma orientação não se aplica às mulheres com mais de 65 anos, que muitas vezes não foram vacinadas contra o HPV ou passaram por cuidados preventivos completos. Com o aumento da longevidade e as mudanças nos padrões de saúde, o risco de câncer do colo do útero entre este grupo etário requer uma revisão urgente das diretrizes médicas.
Os sintomas iniciais do câncer cervical podem incluir corrimento vaginal com odor desagradável, sangramentos anormais e dor durante as relações sexuais. Em estágios mais avançados, as mulheres podem enfrentar problemas como dificuldades urinárias, diarreia, fadiga, perda de peso e dor na região pélvica ou abdominal. É essencial que as mulheres acima dos 65 anos consultem os seus médicos sobre a realização de exames de rotina para identificação precoce do câncer cervical.