Portugal enfrenta uma devastação florestal sem precedentes em 2024
Este ano, os incêndios já devastaram mais de 172 mil hectares em Portugal, com uma área de 32 mil hectares consumida apenas entre sábado e domingo. O país aciona o Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

Portugal vive um dos piores anos de incêndios florestais dos últimos tempos. Até à data, mais de 172 mil hectares de área florestal foram consumidos, sendo que 32.963 hectares foram devastados apenas no fim de semana passado, conforme indicam dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Este valor representa a segunda maior área ardida desde 2017, quando o país enfrentou os trágicos incêndios de Pedrógão, que destruíram um total de 201.876 hectares até ao dia 15 de agosto daquele ano.
Desde o início de 2024, ocorreram 6.378 incêndios, com a maioria dos sinistros a afetar povoamentos florestais (45%) e matos (42%), enquanto o restante diz respeito a terrenos agrícolas (13%).
As regiões Norte e Centro têm sido as mais afetadas, intensificadas por um contexto de altas temperaturas que levou à declaração de estado de alerta a partir de 2 de agosto. Os incêndios resultaram em dois mortos e várias pessoas feridas, embora a maioria sem gravidade. Além disso, várias habitações, tanto de primeira como de segunda residência, assim como explorações agrícolas e pecuárias, sofreram danos significativos.
Em resposta à emergência, Portugal activou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, aguardando a chegada de dois aviões Fire Boss na próxima segunda-feira, que irão reforçar as operações de combate aos fogos.