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Incêndio no Sabugal: Autarca revela a complexidade da situação

O presidente da Câmara, Vítor Proença, alertou para a gravidade do incêndio no Sabugal, que continua a ameaçar aldeias e não está controlado.

17/08/2025 23:55
Incêndio no Sabugal: Autarca revela a complexidade da situação

O incêndio que começou na passada sexta-feira no Sabugal, localizado no distrito da Guarda, continua a alastrar sem qualquer controlo, segundo o presidente da Câmara, Vítor Proença, que se pronunciou à Lusa.

Proença informou que as chamas já se espalharam para várias localidades, como Vale das Éguas, Ruvina, Ruivós, Nave e Valongo do Côa, destacando que a situação na Bendada se mantém bastante complicada. “O fogo não está controlado, de forma alguma”, afirmou o autarca.

A situação piorou durante a tarde, principalmente devido à intensidade do vento. “O vento é o nosso pior inimigo, complicou tudo de forma drástica. Com esta força, torna-se praticamente inviável o nosso esforço”, sublinhou.

O autarca expressou que o incêndio apresenta múltiplas frentes a distâncias consideráveis dentro do concelho, o que torna “humanamente impossível” combater as chamas de forma eficaz. No entanto, Vítor Proença elogiou o trabalho dos cidadãos locais, que têm sido indispensáveis no esforço de combate aos fogos. “Eles são, sem dúvida, os verdadeiros heróis, desempenhando um papel crucial nesta luta. Sem o empenho deles, teríamos enfrentado uma tragédia maior”, disse.

Embora não consiga precisar o número exato de frentes ativas, Proença manifestou a esperança de que a situação possa acalmar durante a noite. “Agora, temos de focar na proteção das pessoas e bens. O resto, vamos deixar arder”, afirmou, reconhecendo a gravidade da situação.

De acordo com as informações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 23:30 estavam em ação 281 operacionais e 81 veículos no combate às chamas.

Portugal continental, desde julho, tem enfrentado diversos incêndios rurais, principalmente nas regiões Norte e Centro, numa época marcada por temperaturas elevadas que levaram à declaração do estado de alerta desde 02 de agosto. Estes incêndios resultaram na morte de duas pessoas, incluindo um bombeiro, e causaram ferimentos em várias outras, embora na sua maioria sem gravidade. As chamas destruíram casas de primeira e segunda habitação, além de explorações agrícolas e áreas florestais.

Em resposta à crise, Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, prevendo-se a chegada de dois aviões Fire Boss na próxima segunda-feira para reforçar os esforços de combate aos incêndios. Dados provisórios indicam que até 17 de agosto, o fogo consumiu 172 mil hectares no país, um número superior à área afetada em todo o ano de 2024.

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