Pedro Nuno Santos denuncia estratégia eleitoral que engana a classe média
O líder do PS acusa a AD de conquistar a classe média para, depois, governar para uma minoria. Critica medidas habituais no setor da habitação e a ilusão de que todos podem ser como Elon Musk.
Pedro Nuno Santos manifestou, durante a sessão de apresentação do Manifesto Jovem da JS em Marvila, Lisboa, a sua indignação com a abordagem da AD. Segundo ele, a estratégia do partido é atrair a classe média para ganhar votos, mas os seus governos beneficiam apenas uma minoria. Em palavras marcantes, criticou a aposta num discurso que promete aos jovens uma realidade similar à do multimilionário americano Elon Musk.
O líder do PS recordou que, historicamente, o PSD também se valeu da classe média para conseguir eleições, mas inegavelmente governou para poucos, deixando de lado as necessidades da massa e, sobretudo, dos jovens. Como exemplo, referiu a alteração no programa Porta 65 – que transformou dois meses de espera num regime de sete meses –, afirmando que tal decisão não reflete uma verdadeira preocupação com a juventude.
Em termos de políticas, Pedro Nuno colocou a habitação como símbolo de uma área entregue ao mercado ao longo de décadas e responsabilizou os sistemas económicos liberais, nomeadamente a Iniciativa Liberal, o PSD e o Chega. "Tentam convencer que todos podem ser empresários ou trabalhadores independentes, ignorando que a cooperação entre cidadãos é fundamental para a economia", advertiu.
Para o líder do PS, o Governo atual beneficia os jovens com rendimentos mais elevados através do IRS Jovem, deixando de lado aqueles que ganham cerca de mil euros brutos mensais. Também criticou as alterações à devolução das propinas – medidas que, segundo ele, afetaram a maioria dos estudantes –, e denunciou os cortes no financiamento à Fundação para a Ciência e Tecnologia, ressaltando a dificuldade de modernizar a economia sem investir na ciência e na qualificação.
Concluindo, Pedro Nuno Santos sublinhou que “este é um Governo da minoria, que usa a classe média para conquistar votos mas, efetivamente, governa apenas para alguns”. Num discurso dirigido a uma plateia de jovens, apelou à união e à consciência coletiva como forma de enfrentar um sistema que desvaloriza o trabalho por conta de outrem e ignora as reais necessidades da maioria.
