PCP critica PS por recusa em debater incêndios na Assembleia da República

Hoje, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, manifestou a sua incredulidade em relação ao voto contra do PS à proposta dos comunistas e do Chega para discutir no parlamento a coordenação no combate aos incêndios. Durante uma visita a áreas afetadas pelo fogo no concelho de Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, Raimundo declarou: "Estou incrédulo. O PS deve justificar esta decisão. Esperamos que a jornalista esteja enganada, mas receio que, infelizmente, não esteja."

José Luís Carneiro, do PS, reiterou a posição do partido, afirmando que votarão contra as solicitações para um debate sobre a crise de incêndios, que deveria contar com a presença do Primeiro-Ministro e da Ministra da Administração Interna. O socialista sustenta que "o PS é contra a chicana política, especialmente em tempos de emergência, quando as vidas das pessoas estão em risco".

Raimundo também frisou que "é crucial agir agora para combater os fogos e proteger vidas e solos". Acrescentou que a falta de ação e análise das falhas passadas têm contribuído para a repetição de tragédias. "Estamos a arrastar problemas há demasiado tempo, e parece que para o PS nunca é hora de agir", acusou.

Adicionalmente, uma fonte do gabinete do Presidente da Assembleia da República informou que a conferência de líderes parlamentares se reunirá na quarta-feira para avaliar o pedido de debate urgente sobre a coordenação do combate aos incêndios. O PCP solicitou ainda uma reunião extraordinária da Comissão Permanente para abordar a crise atual.

Carniero sublinhou que o PS se opõe a "aproveitamentos indevidos" da situação e que há um momento apropriado para discutir o que funcionou ou não na resposta a incêndios. "O primeiro-ministro deve liderar a política de combate a incêndios e a convocação da Comissão Nacional de Proteção Civil é fundamental", afirmou.