Política

PCP critica Governo por inação face aos incêndios devastadores

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, acusa o Governo de ter subestimado os incêndios e de agir tarde e de forma arrogante, pedindo a implementação urgente de medidas eficazes.

19/08/2025 18:05
PCP critica Governo por inação face aos incêndios devastadores

Na sequência dos graves incêndios que afetaram Portugal, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, veio a público criticar o Governo liderado por Luís Montenegro por ter subestimado a gravidade da situação e por ter falhado nas respostas adequadas. Durante uma visita a áreas ardidas no concelho de Ponte da Barca, Raimundo afirmou que "o Governo acordou tarde e com uma atitude arrogante" em relação ao problema dos incêndios.

Para o líder comunista, o país necessita "de humildade para enfrentar este combate difícil" e de criar condições adequadas, disponibilizando os meios necessários e estando presente nas situações críticas. Ao ser questionado sobre a atuação da ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, Raimundo sublinhou que ela partilha das responsabilidades, tal como o primeiro-ministro.

O secretário-geral do PCP enfatizou que a luta contra os incêndios exige medidas práticas, recordando o plano formulado após os devastadores incêndios de 2017, que previa uma série de ações que continuam por concretizar. Para ele, é vital que se aumentem os recursos disponíveis para a luta contra o fogo e a preservação das florestas, apelando à execução das políticas definidas.

Raimundo identificou várias questões que ainda não foram tratadas, como a sustentação dos solos pós-incêndio, o apoio imediato a pequenos produtores e a rápida recuperação de prejuízos de forma desburocratizada. Ele reiterou que "são medidas que devem ser tomadas e que não o são por opções políticas". Apesar das dificuldades em prevenir os incêndios, apelou à necessidade de criar condições para combater os fogos e reduzir as suas consequências devastadoras.

O líder do PCP destacou a importância de mudar as prioridades do país, defendendo que é fundamental investir na renovação das florestas e na recuperação do território em vez de utilizar dinheiros públicos para salvar bancos ou cortar impostos às grandes empresas: "É uma questão de política. Sem mudar esta prática, não encontramos soluções para o problema."

Desde julho, Portugal continental tem sofrido com numerosos incêndios, particularmente nas regiões Norte e Centro, numa altura de temperaturas elevadas, levando à declaração de alerta desde o início de agosto. Os fogos já causaram duas mortes, incluindo um bombeiro, além de destruírem residências e explorações agrícolas.

Em resposta a esta emergência, o país ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, recebendo dois aviões Fire Boss para auxiliar nas operações. Até agora, mais de 201 mil hectares foram afetados pelas chamas, um número superior à área queimada em todo o ano passado.

#IncêndiosPortugal #PolíticaFlorestal #PCPResponsável