Política

PCP critica programa do PS e defende rutura face às medidas insuficientes

há 21 horas

O secretário-geral do PCP insiste que o programa eleitoral do PS não apresenta medidas concretas para enfrentar os problemas reais da maioria, revelando divergências com a proposta do PSD.

PCP critica programa do PS e defende rutura face às medidas insuficientes

Em entrevista à agência Lusa, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, alertou que o programa eleitoral do PS não se orienta para a mudança radical que o seu partido defende. Segundo Raimundo, as propostas apresentadas, apesar de bem formuladas, não diferem significativamente das do PSD e não respondem aos desafios económicos imediatos vividos pela população.

Relembrou, por exemplo, a pequena diferença de 10 euros entre os salários mínimos propostos pelo PS e pelo PSD para 2029, enfatizando que “precisamos de aumentar os salários agora, para enfrentar rendas, prestações e o aumento do custo de vida”. Em contrapartida, o PCP defende a implementação do salário mínimo nos 1.000 euros já a partir de julho, o aumento das pensões em 5% com um mínimo de 70 euros, o investimento de 1% do PIB em habitação pública, a valorização das carreiras no SNS e a criação de uma rede pública de creches.

Ao ser questionado sobre as medidas essenciais para um acordo à esquerda após as eleições, Raimundo referiu ainda a importância de acabar com o "escândalo da baixa do IRC para as grandes empresas". Para o dirigente, a prioridade é oferecer respostas concretas aos problemas da maioria dos portugueses, dos jovens e dos trabalhadores que dedicaram a vida ao seu trabalho.

Recordou ainda as conquistas alcançadas entre 2015 e 2019, como a eliminação do Pagamento Especial por Conta para PME, a redução do valor do passe de transportes e o início do movimento em direção à gratuitidade das creches, destacando que essas vitórias foram possíveis com o esforço de apenas 17 deputados. Assim, reafirmou a disposição do PCP para contribuir com qualquer proposta que responda às necessidades reais do povo.

Preocupado com a possibilidade de um eventual regresso da AD ao poder, Raimundo advertiu que tal situação impulsionaria um “processo contrarrevolucionário”, capaz de acelerar propostas de mudanças na legislação laboral e de desmantelamento do SNS. Em resposta, o seu partido estará pronto para “resistir, mobilizar e travar”, desde o primeiro minuto.

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#RuturaJá #PCPResiste #MudançaUrgente