O Partido Reformista, liderado por Nigel Farage, conquista um assento em Runcorn com um dispute acirrado contra o Partido Trabalhista e mostra-se forte nas eleições locais em Inglaterra.
O Partido Reformista, sob a liderança de Nigel Farage, alcançou uma vitória significativa ao vencer a eleição parlamentar parcial em Runcorn e Helsby, no noroeste de Inglaterra, superando o Partido Trabalhista por apenas seis votos.
Sarah Pochin, candidata do partido de direita radical anti-imigração, foi anunciada como a vencedora, derrotando a incumbente trabalhista Karen Shore, que tinha como objetivo manter um assento conquistado pelo 'Labour' em julho, onde obteve 53% dos votos.
A derrota do Partido Trabalhista é ainda mais notável considerando que o seu predecessor, Mike Amesbury, se demitiu após ser condenado a 10 semanas de prisão por um incidente violento com um eleitor em outubro do ano passado.
Na contagem final, Pochin e Shore empataram com 38,7% dos votos, mas a diferença final foi de apenas seis votos. Farage descreveu este resultado como "um momento muito importante" para a política britânica, sublinhando que o seu partido não é apenas um movimento de protesto, apesar da descontentamento generalizado.
Com esta vitória em Runcorn, o Partido Reformista agora conta com cinco deputados na Câmara dos Comuns, embora Rupert Lowe, eleito anteriormente, tenha sido suspenso após criticar Farage.
Os resultados preliminares das eleições locais indicam que o Partido Reformista está a ter um desempenho promissor, com uma significativa vitória na presidência de Greater Lincolnshire e uma forte posição em Staffordshire e Northumberland.
Por outro lado, o Partido Trabalhista manteve a presidência nas regiões de Norte de Tyneside, Oeste de Inglaterra e Doncaster, mas enfrenta uma crescente pressão do Partido Reformista. O Partido Conservador é considerado o principal perdedor nesta competição intensificada, especialmente tendo em conta o seu passado envolvimento no processo do 'Brexit'.
A votação municipal incluiu cerca de 1.650 lugares em 24 das 317 autarquias inglesas, sendo que o Partido Trabalhista ainda detém a maioria, mas com uma redução na percentagem de voto, a mais baixa desde a Segunda Guerra Mundial. Com a opinião pública cada vez mais descontente em relação aos dois principais partidos, as preocupações sobre a imigração e os serviços públicos estão em primeiro plano.
Este cenário também representa um teste para a líder conservadora, Kemi Badenoch, que assumiu a liderança após o desaire nas últimas legislativas.
O politólogo John Curtice, da Universidade de Strathclyde, afirmou que os resultados refletem uma fragmentação crescente na política do Reino Unido, com os reformistas a apresentar uma ameaça substancial tanto para os conservadores quanto para os trabalhistas.