Oposição critica Governo por falta de apoio nas medidas contra incêndios
Livre, PCP e BE manifestam preocupação com a falta de resposta governamental no combate aos incêndios, exigindo apoio efetivo às comunidades afetadas.

Na Assembleia da República, líderes dos partidos Livre, PCP e BE expressaram a sua desaprovação em relação à atuação do Governo no que diz respeito ao combate aos incêndios. A líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, destacou a importância do debate agendado com o primeiro-ministro, sublinhando que é essencial "avaliar a situação atual", dado que existem relatos de "falta de coordenação, escassez de recursos e comunidades que estão a enfrentar esta crise sozinhas".
"A postura do Governo tem sido caracterizada por uma comunicação escassa e desarticulada, mostrando um alheamento incompreensível", criticou ainda Mendes Lopes, ressaltando que modificar a abordagem atualmente em vigor é crucial para preparar a resposta a novas crises que possam surgir, especialmente em setembro. A parlamentar defendeu a necessidade de um "apoio eficiente às populações e às corporações de bombeiros".
Por sua parte, a líder do PCP, Paula Santos, recordou que o seu partido instou a presença de Luís Montenegro para debater a crise, acusando o executivo de "desviar-se de questões prementes e de não fornecer respostas adequadas" face ao cenário grave dos incêndios. "A falta de ação do Governo tem gerado uma indignação generalizada no país, tornando insustentável a sua postura, o que culminou na necessidade de explicações na Assembleia da República", afirmou Santos.
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, apesar de evitar críticas severas durante o período da crise, também se manifestou sobre as falhas do Governo, argumentando que já existem evidências de dificuldades relacionadas à competência e à empatia demonstradas pelo primeiro-ministro. Mortágua considerou que o Mecanismo Europeu de Proteção Civil não foi ativado em tempo útil, e a falta de organização na resposta aos incêndios foi evidente. A sua avaliação levou o BE a apoiar um inquérito sobre a gestão da crise e a pedir a declaração do estado de calamidade para os municípios mais afetados.
O partido Juntos Pelo Povo (JPP) também se pronunciou, destacando a importância do debate na Assembleia da República, que consideram vital para a responsabilização do Governo, argumentando que o "silêncio da Assembleia seria inaceitável perante uma tragédia nacional como a que o país enfrenta atualmente".