Política

Críticas severas de Eduardo Cabrita à ministra da Administração Interna

O antigo ministro Eduardo Cabrita critica a atual ministra por inexperiência na gestão de incêndios e responsabiliza o primeiro-ministro pela falta de políticas de prevenção.

há 8 horas
Críticas severas de Eduardo Cabrita à ministra da Administração Interna

Na quarta-feira, Eduardo Cabrita, ex-ministro da Administração Interna, expressou duras críticas à atual titular da pasta, Maria Lúcia Amaral. O ex-governante apontou a sua "total inexperiência política e operacional" em questões relacionadas com incêndios, sublinhando a urgência de implementar políticas de prevenção. Para Cabrita, estas medidas devem ser uma prioridade e devem ser planeadas durante o inverno e a primavera para serem eficazes.

"No atual combate aos incêndios, o que se nota é uma ausência de comando político e uma estratégia de comunicação deficiente, que se fez sentir nos primeiros dias, além de uma utilização ineficaz de meios aéreos e atrasos no pedido de ajuda ao mecanismo europeu de Proteção Civil", comentou, em entrevista ao Jornal 2 da RTP2.

Questionado sobre o acionamento tardio do mecanismo europeu, Cabrita afirmou que a decisão deve ser baseada numa análise técnica e ponderar a capacidade de resposta necessária face à gravidade dos incêndios. "A dependência de ajuda marroquina, que enviou rapidamente dois aviões de combate, evidencia as falhas no sistema europeu", acrescentou.

O ex-ministro destacou a necessidade de uma liderança clara na comunicação. "Embora não seja essencial que o Governo esteja pessoalmente nos focos dos incêndios, deve haver uma estratégia articulada e um acompanhamento das operações. O que ocorreu foi um desvio da atenção e uma resposta tardia, especialmente do primeiro-ministro, que desvalorizou a situação durante a celebração do Pontal, ignorando o que o país estava a enfrentar", sublinhou.

Eduardo Cabrita esclareceu que a responsabilidade pela inoperância na resposta ao incêndio recai sobre o primeiro-ministro. Apontou ainda que a ministra Maria Lúcia Amaral não deve ser considerada culpada pelas falhas, mas antes, a responsabilidade deve ser atribuída ao primeiro-ministro pelo abandono da prevenção contra incêndios. O ex-ministro citou a ausência do ministério da Agricultura na estratégia de prevenção e a desqualificação de iniciativas como o 'Aldeia Segura'.

"Em 2017, aprendemos que a prevenção é tão crucial quanto o combate. Devemos investir equitativamente em ambas as áreas. Em anos recentes, isso foi alcançado, mas a falta de continuidade nas políticas de prevenção demonstra que a responsabilidade é do primeiro-ministro", concluiu, referindo que, ao deixar questões essenciais para o verão, a oportunidade é quase perdida.

Por fim, Cabrita reiterou que a capacidade da nova ministra na área não é suficientemente forte, uma vez que começou a trabalhar a poucos meses do início da época dos incêndios. "A responsabilidade final também recai sobre o primeiro-ministro por essa escolha", afirmou.

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