Nova Direita visa recuperar espaço político do CDS

Ossanda Líber, líder da Nova Direita (ND), revelou em entrevista à agência Lusa que o partido procura preencher o vazio político deixado pelo CDS, posicionando-se entre o PSD e o Chega. "Temos a coragem que falta ao PSD para assumir valores cristãos e patrióticos, enquanto herdamos a dinâmica política que caracteriza o Chega", afirmou.

No que concerne à imigração, Ossanda considera que a situação atual "está descontrolada" e defende que pode ser resolvida rapidamente com a implementação de regras claras. "A proposta do Chega de expulsar todos os imigrantes é irrealista. Portugal necessita de mão-de-obra, mas deve impor critérios rigorosos", explicou.

Para a líder da ND, a avaliação de imigrantes deve basear-se na "pertinência económica" e assegurar que tenham "condições de sustentabilidade" no decorrer do primeiro ano em Portugal, que é frequentemente o mais desafiador.

Ossanda, revelando a sua própria experiência de imigração de Angola, adianta que a "proximidade cultural" deve ser um critério prioritário. "A minha integração foi facilitada pela semelhança cultural e pela língua em comum, o que destaca a importância desses aspectos no acolhimento de imigrantes.", enfatizou.

Sobre os brasileiros, a presidente destacou a necessidade de uma abordagem cuidadosa dada a sua quantidade, sugerindo que o país deve ponderar o número de entradas para evitar desproporções.

A líder da Nova Direita pediu também a implementação de quotas para controlar a imigração, para que não haja um "desequilíbrio" entre a população local e os novos imigrantes.

No âmbito das suas ambições políticas, Ossanda visa entrar na Assembleia da República nas legislativas, agendadas para 18 de maio, para "defender as famílias" portuguesas, área que considera urgente, com foco especial na habitação e saúde.

A habitação é descrita como "o grande problema", com a líder a sugerir a construção em grande escala de casas pelo Estado, de modo a permitir que os portugueses adquiram habitações a preços acessíveis.

No setor da saúde, Ossanda argumentou pela colaboração com o sector privado, considerando que "o Estado falha na gestão da saúde pública" e que parcerias público-privadas são essenciais para melhorar o serviço à população.

Ossanda Libert expressou que é fundamental dar aos cidadãos a opção entre os serviços de saúde pública e privada, o que poderia aliviar a pressão sobre os hospitais públicos.

A Nova Direita participou nas legislativas de 2024, obtendo apenas 0,25% dos votos, o que corresponde a 16.442 sufrágios.