O candidato a primeiro-ministro prometeu que não haverá mudanças no sistema de Segurança Social na próxima legislatura, em resposta às críticas do PS sobre privatização.
Durante o único debate entre Luís Montenegro, líder do PSD, e Pedro Nuno Santos, do PS, assinalado antes das eleições antecipadas de 18 de maio, a questão da Segurança Social esteve em foco. Montenegro afirmou categoricamente que, se obter a vitória eleitoral, não promoverá quaisquer alterações ao sistema de Segurança Social durante a próxima legislatura.
A declaração surge após o líder do PS ter acusado a AD de pretender a privatização parcial do sistema. Em resposta, Montenegro defendeu-se, sugerindo que a análise das diretrizes de privatização, propostas pela administração anterior da qual Pedro Nuno Santos fez parte, é uma prática válida. "Estamos apenas a analisar o que foi encomendado pelo seu governo", destacou.
Montenegro sublinhou que, se um futuro governo do PSD/CDS-PP decidisse modificar o sistema de Segurança Social, isso ocorreria apenas após uma consulta popular. Este ponto foi contestado por Pedro Nuno Santos, que expressou ceticismo quanto à neutralidade do estudo em questão, insinuando que as conclusões só poderiam legitimar uma agenda de privatização.
No âmbito da habitação, os dois líderes divergiram amplamente, embora concordassem em acelerar a construção habitacional. Pedro Nuno Santos propôs usar parte dos lucros da Caixa Geral de Depósitos, o que foi contestado por Montenegro, que criticou as políticas do PS que, segundo ele, resultaram num desinvestimento na habitação.
Montenegro também reconheceu que o governo enfrenta dificuldades em cumprir os apoios ao arrendamento, mas atribuiu essas falhas à simplificação de critérios que antes excluíam jovens. Por sua vez, Nuno Santos reivindicou que o governo atual ofereça suporte insuficiente aos jovens, alegando que as políticas do executivo são mais retóricas do que eficazes.
O debate continuou aceso quando a questão da prioridade dada aos jovens foi levantada. Montenegro aproveitou para refutar críticas do PS, argumentando que as suas políticas, como a isenção de impostos e o passe gratuito para under 23, abrangem um maior número de jovens do que as iniciativas anteriores do PS.