Moçambique busca colaboração com o Banco Mundial para impulsionar projetos energéticos
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, expressou hoje a intenção de fortalecer a cooperação com o Banco Mundial em iniciativas que visam o desenvolvimento do setor energético.

O chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, anunciou hoje a sua intenção de estabelecer parcerias com o Banco Mundial para a implementação de "projetos estruturantes" que visem o desenvolvimento da economia nacional, com um foco particular na área da energia.
Durante uma conferência de imprensa após um encontro em Sevilha com o Presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, no âmbito da IV Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento (FFD4), Chapo afirmou: "Temos um potencial significativo para nos tornarmos um 'hub' de fornecimento de energia para a região."
Chapo salientou o grande potencial hídrico de Moçambique, destacando a importância da expansão da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), uma das principais produtoras de energia na África Austral: "Estamos a avançar para a fase 2 do projeto da HCB".
O Presidente também mencionou o projeto Mphanda Nkuwa, que considera vital para o aumento da capacidade energética do país, além de outros projetos hidroelétricos em Moçambique.
A exploração do gás natural foi outra área em que Chapo aprofundou, considerando-a um motor de desenvolvimento para a produção de energia gasosa. "Com os projetos em Rovuma, como o Coral Sul e o recentemente aprovado Coral Norte, esperamos uma ampliação significativa na produção de gás, o que permitirá à nossa Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, ENH, desempenhar um papel mais relevante", indicou.
O Presidente também referiu-se ao megaprojeto de extração de gás natural liquefeito da TotalEnergies, que espera poder reiniciar em breve, e o projeto da ExxonMobil, sublinhando as vantagens que Moçambique poderá oferecer em termos de energia.
"Temos uma enorme capacidade de produção de gás, e com isso podemos construir diversas centrais, aumentando a produção de eletricidade e possibilitando exportações para os países vizinhos", concluiu Chapo.
Na perspetiva do Presidente, o apoio do Banco Mundial a esses "projetos estruturantes" irá posicionar Moçambique como um pilar fundamental na solução energética, especialmente na região austral de África, que enfrenta várias crises energéticas.
Chapo lembrou que países como a África do Sul, Essuatíni, Zimbábue, Botsuana e Zâmbia estão a passar por dificuldades nesta área, e Moçambique possui o que é necessário para atender a essas necessidades.
Ajay Banga, por sua vez, já havia reconhecido, em abril de 2022, o papel estratégico de Moçambique como um núcleo do mercado de eletricidade na África Austral, prometendo colaborações futuras.