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G7 solicita ao Irão que reestabeleça diálogo nuclear com a AIEA

Os ministros do G7 instaram o Irão a retomar a cooperação com a AIEA, condenando ameaças ao seu director e sublinhando a importância do Tratado de Não Proliferação Nuclear.

há 5 horas
G7 solicita ao Irão que reestabeleça diálogo nuclear com a AIEA

Na última segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, juntamente com o Alto Representante da União Europeia, emitiram um apelo urgente ao Irão para que reestabeleça a sua colaboração total com a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).

O G7 afirmou que, para se alcançar uma solução duradoura e séria, o Irão deve cumprir com as suas obrigações de salvaguardas e fornecer informações verificáveis sobre todo o material nuclear em sua posse, incluindo garantir acesso irrestrito aos inspetores da AIEA.

Além disso, o grupo condenou as ameaças dirigidas ao director-geral da AIEA, Rafael Grossi, enfatizando a importância de que o Irão mantenha o compromisso com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). O G7 reiterou que a República Islâmica do Irão não deve, em hipótese alguma, buscar armas nucleares e instou o país a não retomar atividades de enriquecimento de urânio sem justificação adequada.

Para além disso, o G7 pediu a "todas as partes envolvidas" que evitem ações que possam exacerbar as tensões na região, afirmando que "Israel tem o direito de se defender", com uma reafirmação do apoio à segurança israelita.

No dia 26 de junho, Grossi expressou "extrema preocupação" sobre a aparente recusa do Irão em reiniciar as inspeções nas suas instalações nucleares, especialmente após os recentes ataques provenientes de Israel e dos EUA. Durante uma entrevista à rádio francesa RFI, ele apontou que existem "tensões" nas relações entre a AIEA e o Irão, resultantes de impasses políticos que levaram a uma suspensão da cooperação.

Grossi também revelou que, após o fim das hostilidades, tentou contactar o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, propondo uma visita ao país para reiniciar as inspeções, mas até ao momento sem resposta.

O Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, defendeu a suspensão da colaboração com a AIEA, associando-a ao que considerou ser uma "conduta injustificada e destrutiva" por parte de Grossi. Segundo o gabinete do Presidente, Pezeshkian fez os comentários durante uma conversa telefónica com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Em resposta, a França, a Alemanha e o Reino Unido condenaram as ameaças contra Grossi e reafirmaram o seu total apoio à AIEA e ao seu director. Os ministros dos Negócios Estrangeiros destas nações exortaram o Irão a tomar todas as medidas necessárias para proteger o pessoal da AIEA e a abster-se de qualquer ação que inviabilize a colaboração.

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