Ministra da Saúde justifica apoio da Força Aérea à Gulf Med na formação de pilotos
A ministra da Saúde esclareceu que a Gulf Med necessitará de mais tempo para iniciar a operação de emergência, defendendo a colaboração com a Força Aérea para garantir a segurança.

A ministra da Saúde revelou hoje que a Gulf Med, empresa vencedora do concurso para o transporte aéreo de emergência, enfrenta desafios relacionados com a formação dos pilotos, o que justifica a necessidade de apoio da Força Aérea.
Em resposta a uma questão da Lusa sobre a ausência dos quatro helicópteros previstos após a aprovação do contrato pelo Tribunal de Contas, a governante explicou que a empresa "sempre indicou que a operação total exigiria tempo, especialmente devido à formação necessária em aeronaves mais sofisticadas, que pode demorar várias semanas".
Com isso em mente, o Governo optou por "agir de forma segura" e procurou garantir essa segurança através de uma colaboração com a Força Aérea Portuguesa (FAP).
Atualmente, o transporte de emergência médica está a ser efectuado por quatro helicópteros da FAP, que estarão disponíveis 24 horas por dia, enquanto a Gulf Med colaborará com dois helicópteros que operarão apenas durante o dia.
A integração da FAP neste serviço foi anunciada na quinta-feira, como uma solução provisória até que o contrato entre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Gulf Med estivesse plenamente operacional após a aprovação do Tribunal de Contas, o que finalmente ocorreu na segunda-feira.
Contudo, o INEM notificou que a aprovação do contrato ainda requer "alguns procedimentos", o que impediu o início imediato da sua implementação.
Assim, o Serviço de Helicópteros de Emergência Médica (SHEM) será assegurado por quatro helicópteros e equipas médicas da FAP, acionadas através do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, enquanto a Gulf Med garantirá, a partir de um ajuste direto, dois helicópteros Airbus que operarão somente durante o dia.
O concurso público internacional foi iniciado em novembro de 2024, com a adjudicação à Gulf Med anunciada em março deste ano, prevendo a operação de quatro helicópteros nas bases do INEM até 2030.
O INEM sublinhou que a implementação do serviço pela Gulf Med será feita de forma gradual, respeitando todos os requisitos de segurança previstos pela legislação europeia.
Entretanto, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) expressou a sua desaprovação pela escolha da FAP para a operação dos helicópteros, considerando-a uma "manobra de branqueamento" que não resolve os problemas estruturais existentes.
A FAP não respondeu às interrogações da Lusa sobre as especificações dos helicópteros que farão parte desta nova operação de emergência.