Política

Marques Mendes alerta para necessidade de clareza no investimento em Defesa

Marques Mendes, candidato à Presidência, destacou, no Porto, que a explicação do aumento do investimento em Defesa é crucial para evitar extremismos e manter a confiança nas instituições.

26/06/2025 23:20
Marques Mendes alerta para necessidade de clareza no investimento em Defesa

No Porto, durante a apresentação da sua comissão de Honra, que contou com a presença de cerca de 200 apoiantes, o candidato à Presidência da República, Marques Mendes, abordou a recente decisão da NATO de aumentar o investimento na Defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Para Mendes, esta medida representa um "desafio sério" que requer uma comunicação clara.

"Enquanto nos países nórdicos e bálticos o aumento dos gastos em Defesa é visto como um imperativo devido à proximidade do inimigo, no sul da Europa a perspetiva é distinta, pois o risco é considerado menor", afirmou. Mendes sublinhou a importância de garantir que esta decisão seja bem compreendida, alertando que a falta de explicações poderia levar à desconfiança nas instituições como a NATO e a União Europeia (UE), dando espaço a extremismos.

O candidato frisou ainda que a UE deve aproveitar a situação para desenvolver uma autonomia estratégica, tanto na economia como na defesa. "Autonomia estratégica não é apenas aumentar gastos; é gastar de forma mais eficiente e europeia. Precisamos de uma Europa mais forte e coesa", disse.

Dirigindo-se a uma plateia de 500 pessoas, Mendes reiterou que todos os Presidentes da República, desde Ramalho Eanes até Marcelo Rebelo de Sousa, foram eleitos com apoios partidários, mas sempre atuaram com imparcialidade. "A minha marca será a independência e a isenção, respeitando a Constituição e promovendo o diálogo entre os diferentes agentes políticos", acrescentou.

Num apelo às Forças Armadas, Mendes destacou o papel de prestígio que ocupam no mundo, enfatizando a necessidade de reforçar a sua participação em missões de paz, argumentando que isso irá beneficiar a imagem do país internacionalmente. "Portugal deve estar sempre na linha da frente do projeto europeu", declarou.

Ele ainda observou que o país enfrenta "dois défices sérios de credibilidade" nas áreas da política e da justiça. Mendes afirmou que é necessário rever as leis eleitorais e promover reformas na Justiça, assegurando que a Presidência não será uma posição de mera observação, mas sim de atuação e mediação.

Durante a mesma ocasião, intervieram outros oradores, incluindo Pedro Duarte, ex-ministro dos Assuntos Parlamentares e candidato à Câmara do Porto, o médico Fernando Póvoas, a presidente da Casa da Música, Isabel Furtado, e o antigo líder do PSD, Luís Filipe Menezes.

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