Após deflação em fevereiro, Macau assiste a um pequeno aumento do IPC em março, impulsionado por refeições fora de casa e serviços, num panorama económico em evolução.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Macau registou um acréscimo anual de 0,04% em março, revertendo a queda de 0,16% observada em fevereiro. Este episódio marca o fim da deflação no concelho, fenómeno que se verificava desde junho de 2021, quando a região enfrentava uma prolongada descida dos preços no contexto da crise pandémica.
De acordo com a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a subida dos preços em março deveu-se, principalmente, ao aumento do custo das refeições consumidas fora de casa, que subiram 1,52%, e aos serviços desportivos e recreativos, que viram os seus preços crescerem 3,37%. Adicionalmente, rendas e despesas com hipotecas subiram respetivamente 0,42% e 0,85%.
Apesar desta subida, o índice apresentou uma ligeira queda de 0,08% em relação a fevereiro, um mês que contou com a influência do Ano Novo Lunar – um período significativo para o turismo e, portanto, para a economia local. Este feriado, celebrado entre 28 de janeiro e 4 de fevereiro deste ano, é a principal tradição das famílias chinesas e impacta fortemente o consumo na região.
Outros setores registaram aumentos: os serviços de saúde ficaram 1% mais caros, o preço de jornais, livros e artigos de papelaria subiu 3,35%, e os custos com educação atingiram um crescimento de 1,16%. Em contrapartida, na área imobiliária o índice dos preços da habitação teve uma queda expressiva de 11,7% no ano passado, num ambiente em que a Autoridade Monetária de Macau implementou três reduções da taxa de juro nos últimos três meses de 2024.
A Assembleia Legislativa de Macau, em abril do ano passado, procedeu à abolição de diversos impostos sobre a aquisição de habitações, visando fomentar a liquidez no mercado imobiliário – medida defendida pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong.
Com o aumento do fluxo de visitantes, registou-se também um significativo incremento de 23,9% no preço de joias, relógios e produtos fabricados em ouro. No panorama internacional, enquanto Hong Kong manteve uma inflação estável de 1,4% em março, a China continental, principal parceiro comercial de Macau, viu o seu IPC cair 0,1% num cenário de deflação pelo segundo mês consecutivo.
No início de março, face à deflação na China, o Conselho de Estado anunciou medidas destinadas a revitalizar o consumo interno, com enfoque no incremento dos rendimentos, estabilização do sector imobiliário e do mercado bolsista, bem como na melhoria dos serviços de saúde e pensões.