Livre defende a manutenção integral das celebrações do 25 de Abril e alerta para perigos democráticos

O Livre reafirma que as celebrações referentes ao 25 de Abril não sofrerão adiamentos, mesmo com o atual ambiente de luto nacional provocado pela morte do Papa Francisco. Durante a sessão solene que marca o 51.º aniversário da Revolução dos Cravos e o cinquentenário das primeiras eleições livres, Isabel Mendes Lopes, porta-voz e líder parlamentar do partido, defendeu que a liberdade deve ser comemorada de forma plena e coletiva.

Em intervenção, a dirigente recordou a figura de Celeste Caeiro, famosa pelo gesto de distribuir cravos aos militares, simbolizando a vitória da liberdade. "São ações – sejam elas planeadas ou fortuitas, individuais ou coletivas – que constroem a nossa História", sublinhou, enfatizando a importância de reconhecer e reagir a um "momento ameaçador".

A líder do Livre criticou a decisão do Governo de suspender a agenda festiva, adotada após a aprovação do decreto que instituiu três dias de luto nacional em memória do Papa Francisco. Segundo o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, o luto exige um tom mais reservado nas celebrações, decisão que dividiu opiniões e atraiu críticas de diversos partidos de esquerda.

Isabel Mendes Lopes alertou para os perigos que se avizinham, enumerando sinais como o discurso de ódio, ataques às instituições democráticas, desconfiança na política e na ciência, e a relação controversa entre o poder político e grandes fortunas. "Votem como se a nossa vida e liberdade dependessem disso, porque na verdade, dependem", conclamou, num apelo à consciencialização e participação cívica.