Líder iraniano exige investigação detalhada após explosão no principal porto

Teerão – Em comunicado oficial, o líder supremo Ali Khamenei ordenou uma investigação minuciosa sobre os motivos que levaram à explosão no porto de Shahid Rajaï, marco vital para as importações do país. Segundo o comunicado, as autoridades de segurança e justiça devem apurar rigorosamente qualquer falha ou intenção criminosa.

O presidente iraniano Massoud Pezeshkian, que também solicitou uma investigação, visitou o porto ainda em chamas para prestar homenagem às equipas de resgate, como mostram as imagens divulgadas pela televisão estatal. A explosão, ouvida a dezenas de quilómetros, ocorreu ao meio-dia de sábado (10:00 em Lisboa) num cais pelo qual circulam 85% das mercadorias iranianas.

Localizado próximo à cidade costeira de Bandar Abbas, no Estreito de Ormuz, o porto reveste-se de especial importância estratégica, sendo vizinho a áreas que movimentam uma parte significativa da produção mundial de petróleo. De acordo com o chefe da província de Hormozgan, Mohammad Ashouri, pelo menos 40 vidas foram perdidas em consequência dos ferimentos sofridos.

Segundo informações da alfândega, a explosão pode ter sido provocada por um incêndio numa zona de armazenagem de materiais perigosos e químicos. O Ministro do Desenvolvimento Urbano, Farzaneh Sadegh, afirmou que a área afectada é limitada e que as operações de carga e descarga mantêm-se inalteradas noutras zonas.

Notícias anteriores, divulgadas pelo New York Times e citando uma fonte anónima ligada à Guarda Revolucionária, sugeriam que o perclorato de sódio – ingrediente em combustíveis sólidos para mísseis – poderia ter desencadeado o incidente. Enquanto isso, a Rússia anunciou o envio de duas aeronaves para auxiliar no combate ao incêndio.

Na sequência da explosão, que coincidiu com negociações nucleares cruciais entre o Irão e os Estados Unidos em Omã, autoridades em Bandar Abbas fecharam escritórios e escolas devido à persistente propagação de fumo, afetando a cidade com cerca de 650.000 habitantes. Diversos países e organismos internacionais, entre eles a ONU, Arábia Saudita, Paquistão, Índia, Turquia e Rússia, expressaram as suas condolências, contando ainda com manifestações de solidariedade do Hezbollah libanês e da embaixada alemã em Teerão.