O exército israelita confirmou um ataque aéreo em Damasco, alertando o governo sírio sobre a proteção da minoria drusa após confrontos mortais na região.
O exército de Israel anunciou hoje que realizou um bombardeamento na área em torno do palácio presidencial em Damasco, na Síria. Esta ação ocorreu após o governo israelita ter ameaçado o regime sírio com represálias caso não garantisse a segurança da minoria drusa.
De acordo com as Forças de Defesa de Israel, que partilharam a informação através da plataforma Telegram, "aviões de guerra atingiram a área circundante ao Palácio". O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Israel Katz, também confirmaram o ataque, enfatizando que a mensagem é clara: "Não permitiremos qualquer ameaça à comunidade drusa nem o envio de forças para o sul de Damasco."
Relatos de meios de comunicação próximos ao governo sírio indicaram que o ataque se deu nas proximidades da residência oficial do novo líder, Ahmad al-Chareh. A situação nas últimas semanas deteriorou-se gravemente, com o governo israelita a advertir que responderia de forma "enérgica" se a Síria não protegesse a sua população drusa, em resposta a recentes confrontos que resultaram em mais de 100 mortos nos arredores de Damasco.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que "se os ataques contra os drusos recomeçarem e o regime sírio não os impedir, Israel reagirá com firmeza". Os conflitos ocorreram após a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, e em meio a um contexto de violência sectária, conforme relatado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que registou mais de 70 mortos em dois dias de confrontos.
Um líder religioso da comunidade drusa qualificou os eventos como uma "campanha genocida injustificada" e apelou à intervenção das forças internacionais, enquanto o governo sírio rejeitou os pedidos de proteção, classificando os grupos em questão como "fora da lei".
A minoria drusa, que constitui cerca de 3% da população síria e totaliza cerca de 700 mil pessoas, é considerada com desconfiança pelas novas autoridades sunitas. O grupo vive predominantemente no sul da Síria, na província de As-Suwayda, e tem demonstrado resistência ao recrutamento forçado para o exército sírio, priorizando a proteção dos seus territórios.