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Irão descarta carregar combustível militar no porto de Shahid Rajai

há 9 horas

O Ministério da Defesa iraniano assegurou que não há combustível de uso militar no porto de Shahid Rajai, onde uma explosão matou 28 pessoas e feriu mais de 1.000.

Irão descarta carregar combustível militar no porto de Shahid Rajai

O porta-voz do Ministério da Defesa iraniano, Reza Talai-Nik, afirmou que nunca foi transportado combustível militar ou para fins militares na área do incêndio e no porto de Shahid Rajai, contestando as hipóteses que ligam o desastre à presença deste tipo de combustível.

De acordo com uma fonte dos Guardas da Revolução, citada pelo New York Times e que pediu anonimato por questões de segurança, a explosão teria origem na presença de perclorato de sódio – um componente utilizado na produção de combustíveis sólidos para mísseis.

A empresa de segurança privada Ambrey confirmou que em março o porto recebeu um carregamento de combustível químico para mísseis e sugeriu que o incidente possa ser fruto de um manuseamento inadequado deste combustível sólido destinado a mísseis balísticos.

Autoridades aduaneiras, num comunicado transmitido pela televisão estatal, indicaram ainda que um incêndio num armazém de materiais perigosos poderá ter desencadeado o desastre.

O Crescente Vermelho iraniano reportou um saldo de 28 mortos e mais de 1.000 feridos, enquanto o diretor Pirhossein Koulivand destacou, num vídeo no site do Governo, que 20 vítimas encontram-se em cuidados intensivos.

Massoud Pezeshkian, Presidente iraniano, encomendou uma investigação para apurar as causas desta tragédia. O evento complicou ainda mais o cenário, tendo ocorrido durante as negociações entre Irão e Estados Unidos em Omã, referentes ao programa nuclear de Teerão.

Embora ninguém tenha afirmado diretamente que se tratou de um ataque, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, reconheceu que os serviços de segurança se encontravam em alerta máximo devido a episódios anteriores de sabotagem e tentativas de assassinato.

A explosão, ouvida a dezenas de quilómetros de distância, ocorreu por volta das 12:00 (09:30 em Lisboa) num cais do porto de Shahid Rajai, responsável pelo tráfego de 85% das mercadorias iranianas e situado próximo a Bandar Abbas, na estratégica rota do estreito de Ormuz.

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